Venezuela: venda de TV privada Globovisión "nas próximas horas"

AFP
02/05/2013 às 21:17.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:21

CARACAS - A venda do canal privado venezuelano Globovisión, de tendência opositora, será realizada "nas próximas horas", anunciou nesta quinta-feira (2) a emissora em um comunicado.

O vice-presidente do canal, Carlos Zuloaga, disse, segundo comunicado em seu site, que a venda anunciada há quase dois meses "ainda não foi realizada", mas "ocorrerá nas próximas horas".

A Globovisión é o único canal crítico ao governo que continua transmitindo em sinal aberto, apesar do alcance limitado em Caracas e na cidade de Valencia (norte) e o meio pelo qual líder opositor Henrique Capriles se dirige aos venezuelanos.

A venda da maioria acionária da Globovisión foi anunciada no dia 11 de março pela diretoria do canal, que esclareceu que as pressões políticas do governo e o acúmulo de julgamentos e procedimentos administrativos o tornaram inviável.

Juan Domingo Cordero, o comprador, é um economista e empresário ligado ao mercado de ações, bancário e de seguros. Foi presidente da Bolsa de Valores de Caracas (1989-1993) e desde 2008 é o principal acionista de Seguros La Vitalicia.

Segundo o comunicado, Zuloaga, anunciou mudanças na direção e destacou que "até agora não está prevista uma mudança na grade de programação".

Os novos diretores serão Leopoldo Castillo, que apresenta o programa "Aló, Ciudadano" e Vladimir Villegas, um conhecido jornalista de tendência opositora e irmão do ministro de Informação, Ernesto Villegas.

"Cabe a Globovisión ser a transição para uma nova Venezuela", disse em seu programa Castillo.

O canal anunciou uma reunião com os funcionários da rede nesta sexta-feira.

O presidente Nicolás Maduro havia mencionado horas antes a venda do canal, que seu governo classifica de golpista.

"Agora mesmo está havendo mudanças na Globovisión, a partir de hoje mudam os donos (...) Eles sabiam que iam perder as eleições (presidenciais de 14 de abril) e começaram a vender Globovisión há cerca de três meses, perdão, muito antes. Eles sabiam que o ódio em que colocaram o país é inviável".

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