Editorial.

A esperança que vem do campo

Publicado em 10/01/2017 às 19:51.Atualizado em 15/11/2021 às 22:22.

Até meados do século XX, o Brasil era um país com a economia basicamente rural. Os poucos produtos exportados vinham do campo. O processo de industrialização veio logo após a Segunda Guerra Mundial para suprir a falta de muitos produtos, já que a Europa teve boa parte das suas fábricas dizimadas no conflito. As pessoas passaram a sair do campo e ir para as cidades, modificando a paisagem na nação e moldando as áreas urbanas como conhecemos atualmente. 

Mas o país não deixou de ter a sua tradição agrícola e também cresceu neste setor. Tornamo-nos uma das maiores potências mundiais do agronegócio, liderando a produção em várias culturas. É inacreditável ter tanta gente passando fome em um país com um volume tão grande de produção de alimentos. 

Eis que a previsão de institutos é de uma safra recorde neste ano de 2017. O crescimento acima de 15% poderá ser o marco do início de uma retomada do crescimento. Se não for, já deve ajudar bastante. 

Quanto maior o volume da produção, mais dinheiro fica no campo. Podemos discutir se a relação é justa ou não, mas não dá para ignorar que mais riqueza nas fazendas significa maior possibilidade de remuneração ao trabalhador rural, que é o que mais sofre com a pobreza e a miséria. Apenas esse aspecto já pode ser comemorado, pois a tendência é que menos pessoas precisem ir às cidades atrás de emprego. 

Outra consequência poderá ser a redução dos preços de produtos que, nos últimos meses, tiraram o sono do brasileiro, como feijão, tomate e outros. 
Por causa da grande oferta, a possível redução dos preços também reduzirá a inflação reduzindo as perdas na renda do trabalhador que não tem ganho real de salário já há alguns anos. 

Essa é a oportunidade que o governo tem para “surfar” em uma onda criada pelo esforço dos produtores e famílias, mas também a equipe econômica deve aproveitar e potencializar esses ganhos. Agora, sim, é a hora dos incentivos à indústrias para que os alimentos cheguem ainda mais baratos à mesa do brasileiro. 
Em casos como esses, não são precisos grandes planos, é só tirar a burocracia aliviar os gargalos, que os produtores fazem o resto. É só o governo não atrapalhar que será bom para todos.

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