Editorial.

A luta por mais votos

01/04/2016 às 21:39.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:45

Na próxima segunda-feira (4), termina o prazo de defesa da presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment que se desenrola na Câmara dos Deputados, e que o governo já tentou barrar algumas vezes. Após esse período, a Comissão tem cinco sessões até votar e apresentar um relatório final, a favor ou contra a abertura do processo. Mas, mesmo que essa Casa Legislativa tome decisão contrária à chefe do Executivo Nacional, quem tem de fato o poder de afastá-la do cargo é o Senado.

Se o impeachment fosse votado hoje no Congresso Nacional, tanto situação quanto oposição não teriam certeza do número de votos que receberiam. O Senado tem 81 membros. Destes, 36 são a favor do afastamento da petista; 26 contrários; e outros 19 ainda estão indecisos e estudam as propostas de apoio oferecidas por ambos os lados. Da parte dos governistas, o trabalho tem sido dobrado. Precisam convencer os indecisos da Câmara e os do Senado para tentar bloquear o “inimigo”.

Para evitar sua cassação, Dilma precisa de 28 votos no Congresso. Até o momento, ela tem 26 “garantidos”, de acordo com levantamento do movimento “Vem pra Rua”. Dentre os que ainda não se manifestaram contra ou a favor, estão parlamentares de oito partidos diferentes – como PMDB (6) e PSB (5) –, incluindo o sem partido Delcídio do Amaral.

Em toda essa história, o PMDB atua como protagonista em ambas as Casas, e continua no topo das discussões. Na Câmara dos Deputados, a legenda tem o presidente Eduardo Cunha fazendo severa oposição à petista. Já no Senado, o também presidente Renan Calheiros é favorável ao governo. Ou seja, está nas mãos do partido que assumirá o país no caso da saída de Dilma decidir se ela fica ou não.

No meio desse fogo cruzado, ontem, a presidente retomou a reforma administrativa desenhada em setembro de 2015, e que prometia enxugar a “máquina”. O ajuste dessa sexta-feira foi feito no Ministério da Agricultura. Foram foram cortados 220 cargos de confiança e comissionados da pasta comandada por Kátia Abreu.

Em reportagem que o Hoje em Dia traz neste sábado (2), é possível entender um pouco mais dessas composições necessárias para dar um rumo ao país, com ou sem Dilma.

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