O Brasil vive uma profunda crise econômica e não são novidade o aumento significativo do desemprego em comparação com a última década, o recuo da indústria de quase 10% e a queda brusca das vendas do comércio, situação semelhante a de 2003, conforme os órgãos da área.
Neste cenário de recessão, os produtos que os bancos vendem (empréstimos, crédito, etc) estão supervalorizados e, consequentemente, os lucros deles não param de crescer.
Um dos motivos desse aumento é a taxa básica de juros Selic que, apesar de estacionada em 14,25% desde julho de 2015, é o segundo maior índice praticado no mundo. A Selic incide sobre empréstimos e financiamentos, o que esvazia os bolsos dos clientes e engorda a conta dos banqueiros. Os três maiores bancos privados do Brasil (Itaú Unibanco, Bradesco e Santander) lucraram R$ 47 bilhões em 2015, de acordo com o Banco Central.
Outro fato influenciador é o spread bancário, que é a diferença entre o que se paga para captar o dinheiro e o que se cobra para emprestá-lo. Na poupança, em um ano, seu dinheiro rende entre 8% e 9%, ao passo que, quando contrai um empréstimo no banco, os juros cobrados são, em média, 70% por 12 meses. O banco vai lucrar a diferença entre um e outro. Bem acima da inflação medida em todo ano, não é?
Além da taxa Selic, a desinformação dos brasileiros é outro ativo importante para os bancos, que oferecem crédito a juros altos com “cara” de não tão altos assim; o consumidor precisa ficar atento e analisar bem as propostas de empréstimo oferecidas
Com a desaceleração econômica, a demanda por crédito cresce, assim como a inadimplência. Os consumidores geralmente buscam honrar compromissos e, na crise, vão atrás de empréstimos bancários, entrando em um ciclo difícil de sair se não houver um plano real de pagar em dia as parcelas. Esse é o único risco mais evidente que os bancos têm, o cliente não pagar a fatura dos empréstimos.
Mas, independente disso, como num passe de mágica, os lucros dos bancos vão se multiplicando, colocando as instituições financeiras no topo do ranking das empresas de capital aberto que mais lucram no Brasil.
E eles podem fazer crescer ainda mais esse bolo, já que praticamente não têm limites para oferecer serviços e produtos aos clientes e sempre utilizam do discurso “temos o crédito que você precisa, que cabe no seu bolso”. E às vezes não cabe... essa é a mágica.