Editorial.

Acabou o Carnaval, ‘começa’ um ano difícil

25/02/2020 às 19:03.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:45

Ao menos no calendário, o Carnaval chega ao fim. Hora de encarar a ressaca dos quatro dias de festa e voltar a se concentrar nos desafios cotidianos. Como reza o bom-humor costumeiro do brasileiro, a quarta de Cinzas é quando o ano realmente começa – não há mais, até a próxima folia, outra festa que permita purgar os males e tristezas. Por outro lado, começa o período de reflexão e sacrifício resumidos na Quaresma.

Para Belo Horizonte, no entanto, é mais correto falar em um recomeço, considerando o que trouxeram os dois primeiros meses de 2020. As chuvas intensas em toda a região, com seu rastro de destruição e prejuízos, exigem um esforço de reconstrução que a partir de agora, com a expectativa da estiagem, ganhará fôlego extra. E há ainda os desdobramentos envolvendo os casos de intoxicação pela cerveja contaminada, o que é alvo de investigações para identificar responsabilidades e a verdadeira dimensão de mais um triste episódio.

Mas ainda há os desafios que se alinham no horizonte e exigirão atenção, paciência e soluções. Caso do risco cada vez maior de uma pandemia de Covid-19, nome dado à doença causada pelo Coronavírus. Não apenas no que diz respeito à saúde pública, mas às prováveis implicações econômicas, e seus efeitos sobre os planos e metas para o ano.

Ainda na economia, é fundamental seguir adiante em políticas de geração de emprego, de modo a pelo menos atenuar um quadro preocupante. E vigiar de forma atenta e decidida a perda de valor do real em relação ao dólar. Algo que, embora apontado como tendência em momento de taxas de juros na mínima histórica, não pode permitir o encarecimento de insumos e produtos importados, especialmente aqueles dos quais não se pode abrir mão.

Como se não bastasse, o fim do ano traz mais um processo eleitoral, para definir ocupantes de prefeituras e câmaras municipais. Um pleito que não pode, de forma alguma, descambar para a pura troca de insultos entre extremos ideológicos, ou trazer a reboque práticas condenáveis. O crescimento das cidades traz novos desafios, revela gargalos e impõe propostas concretas, de aplicação imediata.

Que o espírito descontraído e leve da folia siga por tempos mais sérios, e ajude a encarar um ano que se desenha difícil e desafiador.
 

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