Editorial.

Agora estamos mais seguros?

05/04/2016 às 21:22.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:48

Depois de tanto pedirem, os guardas municipais de Belo Horizonte finalmente estão armados. A corporação, criada em 2003, já está com as 350 armas, compradas há dez anos pela prefeitura, em mãos.

O comandante da Guarda Municipal, Rodrigo Prates, afirma que as armas de fogo serão utilizadas somente em casos extremos e que os agentes estão treinados e preparados para lidar com os novos “equipamentos”. Para ele, o ideal é que a corporação – considerada a polícia do município – consiga resolver a maior parte das ocorrências verbalmente. O uso da força deve ser feito somente quando a pessoa abordada se mostre resistente ou cometendo algum crime, e fuja dos guardas.

Mas, especialistas em segurança pública divergem sobre o armamento ser sinônimo de paz, ou até mesmo necessário... Alguns deles afirmam, desde quando a história de armar ou não a Guarda começou, que o serviço prestado pelos agentes (principalmente a segurança patrimonial) não carece de armamento, já que não fazem policiamento ostensivo como a Polícia Militar.

Por outro lado, temos o aumento da autonomia dos guardas municipais, que hoje têm que percorrer todo um caminho entre flagrar a ocorrência e acionar a PM para que a mesma tenha continuidade. Pensando por esse viés, há um benefício no aumento da segurança, já que haverá mais agentes da Guarda Municipal e mais policiais militares disponíveis.

No entanto, ambos, contra e a favor, concordam que a implantação de armas de fogo na corporação deve vir acompanhada de treinamentos técnicos e emocionais para cada um dos agentes. Os nossos guardas municipais que já estão nas ruas armados desde ontem passaram por 30 dias ou 176 horas de treinamento. Tempo considerado insuficiente por muitos. Até o fim do ano que vem, a promessa é a de que 2.100 agentes estejam aptos para andarem armados.

Fato é que, em qualquer lugar que se comente sobre a sensação de insegurança que temos vivido há algum tempo, não é raro ouvir que é preciso segurança armada (seja pública ou particular), câmeras de monitoramento, alarmes, e tudo mais que se invente para manter o cidadão o mais trancado possível em casa, cada um no seu canto. Seguros?

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