Desde a implantação do Código Brasileiro de Trânsito (CTB), há 20 anos, as diretrizes e normas relacionadas a infrações, fiscalização e educação viária têm ficado cada vez mais rigorosas no país.
Embora alguns considerem exageradas algumas regras impostas pelo documento e aprimoradas com o tempo, por meio de resoluções como as do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), é inegável que o novo arcabouço regulatório trouxe melhoras significativas.
Motoristas mais cautelosos, sob o temor de pesadas multas, e a redução de acidentes tanto em áreas urbanas quanto nas estradas, até por maior preparo e conscientização dos condutores, são alguns deles.
Por outro lado, têm crescido as exigências para a obtenção das permissões para dirigir, o que vem elevando as reprovações e, de certo modo, deixado em saia justa as autoescolas.
Na capital, por exemplo, as “bombas” para tirar a carteira B, para conduzir automóveis, somam, este ano, mais de 70% dos testes realizados pelo Detran-MG.
O percentual de aprovações (26%) é o menor dos últimos quatro anos na cidade. No caso das habilitações A, para motocicletas, apenas metade dos candidatos tem obtido sucesso.
Falta de preparo e nervosismo dos potenciais motoristas ajudam a explicar, segundo especialistas, os altos índices de negativa do documento.
Por outro lado, há as questões econômicas. Diante dos preços praticados por Centros de Formação de Condutores (CFCs), que parte das pessoas pode considerar salgados, ocorre uma maior aquisição de pacotes básicos de aprendizado.
Achando que o número de aulas adquirido será suficiente para tirar a carteira, o incauto candidato é reprovado no teste final e arrepende-se amargamente, percebendo que o tempo dedicado ao estudo foi insuficiente.
Claro que há, aqui e ali, auto-escolas com bons níveis de aprovação e outras bem abaixo da média. Mas é importante que o setor, como um todo, se qualifique de maneira permanente para melhorar seus resultados gerais. Nessa mesma linha, traz alívio a iniciativa do Detran de monitorar aulas teóricas e práticas nos CFCs, com o intuito de melhorar o processo de formação no Estado.