Editorial.

Avalanche de problemas

13/04/2016 às 21:20.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:56

Próximo ao dia da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, o somatório das derrotas sucessivas da petista traçaram um novo cenário onde a oposição está a cada dia mais fortalecida. Desde o vazamento da delação de Delcídio do Amaral, publicada pela revista IstoÉ, o mandato de Dilma tem sofrido com vários acontecimentos.

Foi assim com a operação “Lava Jato” chegando ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana em que ele assumiria a Casa Civil, a saída do PMDB do governo e subsequente “pré-candidatura” do vice-presidente Michel Temer e a debandada, a partir desse fato, de outros partidos da base governista como o PP, o PSD, o PRB e parte do PR, cujos parlamentares não são obrigados a votar contra a petistas. No entanto, a maioria já sinalizou que dirá sim ao impeachment.

O jornal “O Estado de São Paulo”, que publica diariamente um placar dos votos favoráveis e contrários à continuidade do processo, apresenta o retrato fiel da mudança de cenário. No último dia 5 de abril, a oposição tinha 234 votos; mas ontem o número já estava em 299. O crescimento é superior ao dos congressistas pró-Dilma. Em uma semana, os petistas angariaram apenas 13 votos.

Enquanto Dilma e seus aliados correm para evitar que o barco afunde, o exímio articulador e presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, informou como ocorrerá o procedimento de votação do impeachment no próximo domingo, 17. Será por chamada oral de deputados com ordem de estados do Sul para o Norte, processo diferente do adotado com o ex-presidente Fernando Collor, quando a votação foi feita por ordem nominal alfabética.

Em resumo, Cunha utiliza da estratégia de iniciar pelo Sul e o Sudeste brasileiros, onde há a concentração de mais parlamentares a favor do impeachment de Dilma Rousseff, na tentativa de “convencer” de última hora os deputados federais oriundos do Nordeste e do Norte do país, dos quais muitos são contrários ao processo.

A bancada governista, que batalha para que o impeachment seja votado por ordem alfabética, não gostou nada da decisão de Cunha e os deputados afirmaram que recorrerão no STF. Enquanto isso, o país segue parado economicamente, refém da crise política.

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