O Banco do Brasil é a instituição financeira mais antiga do país, criado na chegada da família real portuguesa, em 1808. Desde então, o banco passou por todo tipo de situação; passando de um país rural para uma das dez maiores economias do mundo. A instituição sobreviveu a golpes, ditaduras, revoluções e inúmeros planos econômicos que quebraram o país.
A reestruturação anunciada pela direção do BB não é mais do que uma lógica empresarial diante de crise econômica (mais uma) que afeta o país. Sem poder fazer demissões diretas de funcionários concursados, planos de demissão voluntária ou incentivo a aposentadorias de pessoas que já atingiram tempo para tal são medidas mais tradicionais quando se fala em banco público. É sempre bom racionalizar seus recursos.
No entanto, o fechamento de mais de 400 agências e o consequente prejuízo no atendimento à população, principalmente aos mais simples, é que deveriam ser evitados. O Banco do Brasil é responsável, por exemplo, pelo pagamento de milhares de servidores públicos do Estado de Minas Gerais. Em muitas cidades, onde um banco privado nunca se interessaria a abrir um posto bancário, a agência do BB às vezes é a única de toda uma região. Será que essas localidades terão que voltar no tempo em que tirar dinheiro e pagar contas dependiam da chegada de um funcionário, geralmente em um dia determinado da semana? Na época em que notícias cruzam o mundo em tempo real, é, sem dúvidas, um retrocesso.
Mas o ajuste seria mais compreensível se o mesmo banco não tivesse anunciado um lucro líquido de mais de R$ 2 bilhões no terceiro trimestre deste ano. Ou seja, os ganhos ainda estão consideravelmente maiores que os custos da instituição. Seriam os fechamentos das agências mesmo necessários?
Instituições como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal deveriam se importar menos com o lucro e mais com prestar um bom serviço ao cidadão brasileiro. No início do governo Dilma, eles reduziram as taxas de juros e os bancos privados tiveram que seguir o movimento.
Hoje parece que as instituições públicas estão mais interessadas em seguir a prática dos bancos privados, buscando o maior lucro possível, sem ligar muito para a qualidade do serviço prestado.