Editorial.

Bares, restaurantes e o novo normal

Publicado em 21/07/2020 às 20:09.Atualizado em 27/10/2021 às 04:05.

O morador da capital sabe bem da pujança representada pelo setor de bares e restaurantes nos últimos anos. A cidade soube se valer da capacidade de criar novas propostas e da vocação popular para a conversa regada a um bom tira-gosto para transformar o segmento num dos cartões-postais, de fama que ultrapassa divisas. E não seria de se esperar outra coisa que não um impacto significativo provocado pela pandemia de Covid-19 e a decisão de restringir o funcionamento dos estabelecimentos.

Os restaurantes, em boa parte, conseguiram se adaptar aos novos tempos apostando na entrega em domicílio, que atendeu a uma demanda menor, mas ainda aquecida. Por outro lado, os botecos têm, na essência, o aspecto presencial. É difícil conceber seu ambiente sem as mesas cheias e a proximidade entre os frequentadores. O que inviabilizou por completo seu funcionamento nestes quatro meses de restrições à circulação e distanciamento social. Desde então, aliás, as entidades e os empresários do setor buscam uma retomada das atividades que esbarra, como na grande maioria das demais, na ocupação ainda elevada de leitos de UTI na capital.

A decisão liminar da Justiça que permite a reabertura imediata causa discussão por contrariar as determinações do Executivo Municipal. Que, por sua vez, já possui um protocolo de funcionamento para quando houver o cenário adequado.

Polêmicas à parte, é sempre importante ressaltar que, até mesmo por uma questão de confiança do consumidor em relação a eventuais riscos de contágio, portas abertas não são sinônimo necessário de faturamento. E que toda uma nova relação terá de ser construída como parte do que se convencionou chamar de novo normal.

Serão necessários gastos, ajustes, orientações e adaptações que incidem sobre um setor já duramente atingido por uma quarentena superior à desejada. Mas não há outro caminho para, no curto prazo, poder retomar as atividades. Alguns restaurantes acenam com a manutenção do delivery como prioridade, o que é uma alternativa interessante. Quem optar por voltar ao atendimento presencial terá de ser cauteloso ao extremo de modo a não contribuir para uma eventual agudização do quadro sanitário em BH.
 

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