Editorial.

Carnaval de BH: crescer de modo sustentável

Publicado em 14/01/2020 às 20:25.Atualizado em 27/10/2021 às 02:17.

Em menos de uma década Belo Horizonte deixou de exportar foliões para outros locais com carnavais animados para se transformar em um dos principais polos nacionais da festa. 

Através de uma mobilização popular em torno de blocos e agremiações, o samba pediu passagem, ganhou os quatro cantos da capital e, ano após ano, apresenta crescimento impressionante, quando, para muitos, não seria mais do que um fenômeno passageiro.

A cidade desenvolveu todo um mercado relacionado à folia, que se movimenta não apenas durante os quatro dias oficiais; mas praticamente por todo o ano; gera empregos temporários ou definitivos. Proporciona a oportunidade de bares, restaurantes e hoteis alcançarem níveis de ocupação únicos. 

O aumento no fluxo de turistas previsto para este ano (fruto, acima de tudo, de uma propaganda espontânea gerada por quem vem, gosta e passa a experiência adiante), faz supor que será superada a marca de R$ 1 bilhão em volume de negócios. O que faz do carnaval, sem a menor sombra de dúvida, o principal evento do calendário de uma cidade que se propôs a desenvolver sua vocação para sediar os mais variados – a Copa do Mundo de 2014 é um exemplo significativo recente, sem a sazonalidade da folia de Momo.

Exatamente por isso, é necessário se adaptar aos números e ao crescimento; evoluir ao longo dos anos. Oferecer a turistas e moradores, que se misturam de forma democrática, alegre e integrada, uma estrutura digna, naquilo que é mais importante: uma quantidade de sanitários químicos capaz de atender à demanda junto aos principais blocos e nos locais de maior concentração de pessoas. E todo um aparato de segurança (incluindo atenção médica) que garanta a integridade e a proteção de quem quer aproveitar a festa para além de Quarta de Cinzas, levando não mais do que boas lembranças e histórias na bagagem.

Dessa forma, é bem provável que ainda haja potencial para saltos mais ousados; mais gente, mais ocupação, mais blocos e a consolidação definitiva de uma tradição que merece (e precisa) ser nutrida e cuidada. Mais do que a alegria da festa, será possível gerar um saldo com que Belo Horizonte e sua população só terão a ganhar.

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