Editorial.

Coronavírus e a atenção com os outros perigos

03/03/2020 às 22:06.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:49

É cada vez maior a preocupação global com a possibilidade de disseminação da Covid-19, a doença provocada pela nova forma de Coronavírus. Países, estados e cidades tentam responder a uma ameaça séria em tempos de globalização e deslocamentos constantes de cidadãos, que carregam consigo o risco. Assim a enfermidade chegou ao Brasil, e também assim tem se espalhado pelo mundo, enquanto, de forma frenética, pesquisadores buscam ampliar o arsenal de informações sobre a ameaça para propor uma vacina eficaz.

Embora o índice de letalidade se mantenha relativamente baixo, concentrado nas camadas da população com menor imunidade e idade mais avançada, justifica-se o alerta. 

Em Belo Horizonte, por exemplo, começa a funcionar um centro especializado capaz de prestar atendimento e orientação adequadas – medida mais que bem-vinda diante da constatação de que 27 dos 58 casos suspeitos do estado se concentram na capital. Também outras cidades definem estratégias e buscam, na medida do possível, se preparar para a iminência de um aumento de ocorrências que, espera-se, não se confirme.

Não se pode, no entanto, dar as costas para outros riscos hoje mais concretos e graves, considerando-se o número de casos registrados. Em especial, a dengue, cuja incidência aumenta em função do elevado volume de chuvas deste início de ano. Em todo o estado, passam de 20 mil os casos notificados, com a primeira morte confirmada e outros óbitos em investigação que podem ter a mesma origem.

Torna-se fundamental oferecer leitos e atendimento adequado aos pacientes, bem como intensificar as campanhas de conscientização para erradicar os focos do mosquito. Neste aspecto, a Prefeitura da capital prepara o início de um programa de combate às áreas de maior proliferação através da aspersão de larvicidas por drones, o que certamente será de grande valia.

Também a febre amarela, o sarampo e a gripe merecem atenção redobrada, especialmente com a imunização do contingente populacional ainda não protegido. Hoje significam perigo tão grande ou maior que o representado pelo novo Coronavírus e de forma alguma devem ser negligenciados pelas autoridades de saúde.
 

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