Editorial.

Cunha e suas consequências

05/05/2016 às 21:28.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:17

Sendo praticamente certo o impeachment da presidente Dilma Rousseff, já se organiza a torcida pela saída também do vice-presidente Michel Temer. Tão logo o ministro Teori Zavascki expediu a liminar afastando o deputado Eduardo Cunha do cargo – decisão confirmada logo depois pelo pleno do Supremo Tribunal Federal – parlamentares se movimentavam pela saída de seu sucessor, Waldir Maranhão (PP-MA), também denunciado na operação “Lava Jato”. 

Os brasileiros acompanham os desdobramentos da política nacional, ansiosos para que seja feita justiça, as presidências dos Poderes sejam ocupadas por políticos decentes e com propostas de desenvolvimento para o Brasil, capazes de colocar em práticas políticas que façam diferença na vida de cada cidadão. Porque se 2016 já é dado como um ano perdido para a economia do país, muito se deve aos desdobramentos das investigações da “Lava Jato”. Que fique claro que a culpa não é das investigações, mas dos atos de corrupção que as precederam. 

A presidente Dilma saiu com a esperada frase “antes tarde do que nunca”, acrescentando ter lamentado que, antes de perder o cargo, Cunha tenha conduzido o processo de afastamento, agora sob apreciação do Senado. No entanto, era esperado que o PMDB ou a oposição acabassem levando a cabo o pedido de impeachment de Dilma, ainda que Eduardo Cunha tivesse deixado o cargo antes. O que se espera é que o afastamento do presidente da Câmara não seja mais um fator de congelamento do país, que já sofre a pior crise econômica de sua história. Com baixa credibilidade no mercado internacional, o nome do Brasil vai sofrendo desgaste a cada fato político, seja ele de revelação da corrupção ou de limpeza, com o Judiciário cumprindo o seu papel. Qualquer notícia negativa sofre o país repercute pesadamente na intenção de investidores. 

E, da mesma forma que se defende novas eleições para a Presidência da República, surgem também os defensores de nova escolha de presidente da Câmara dos Deputados. De eleição em eleição, segue a tentativa de se encontrar um termo em que desenvolvimento econômico e desenvolvimento social se deem as mãos e haja um alento para tantas notícias ruins que, iniciadas em 2015, tomam conta de 2016. Não há, claro, mundo ideal, mas as experiências por que passa grande parte dos brasileiros precisam ser estancadas. 

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