Editorial.

Danos ao patrimônio ferem toda a cidade

21/09/2018 às 21:28.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:35


Os crimes de vandalismo e depredação do patrimônio público dispararam na capital este ano. De janeiro até agora, a Guarda Municipal registrou 654 ocorrências dessa natureza, número que já supera o total de 2017, com 610 casos.
Pichações, destruição de lixeiras e roubo de cabos de cobre, como os dos semáforos – algo que tem crescido de maneira assustadora, segundo as autoridades –, estão entre os tipos mais comuns de prejuízos causados por vândalos à paciência e ao bolso do cidadãos.

Só no caso do furto de fios que fazem os sinais de trânsito funcionarem, a conta é desanimadora. No primeiro semestre deste ano, como este jornal já noticiou, os gastos para consertar os equipamentos foram de cerca de R$ 261 mil, 13 vezes a mais do que o montante retirado dos cofres municipais para o mesmo tipo de serviço em todo o ano passado.

A região da Pampulha é uma das mais visadas pelos depredadores. Uma simples visita ao principal cartão-postal da cidade, que recentemente recebeu o título de patrimônio histórico e cultural da humanidade, comprova o desrespeito: muros, grades e pilastras em ruas, avenidas, viadutos e praças cobertas por pichações, deterioração de locais por excesso de urina, pontos totalmente escuros, à noite, porque o sistema de iluminação pública foi de alguma forma danificado por desocupados.

Uma das explicações para parte dos ataques é o aumento da população em situação de rua na capital. Isso teria relação direta com o roubo dos fios, por exemplo, na medida em que, sem oportunidades de trabalho e renda, muitas dessas pessoas recorreriam a tal expediente.

A PBH tenta combater essa questão por meio de uma série de ações sociais, como o serviço especializado em abordagem social voltado para quem vive nas ruas. 

As forças policiais também agem para reduzir o número desses delitos, abordando suspeitos em locais onde os furtos são mais frequentes. 

O fato, contudo, é que, no plano geral das depredações, também há um importante e triste componente: a falta de educação de parte da população. 


Além de sempre tentar identificar e punir de maneira exemplar quem destrói o patrimônio, não se deve jamais abrir mão das campanhas de conscientização para evitar esse tipo de crime. 
É preciso que todos saibam que a cada muro pichado ou escultura destruída em uma praça, por exemplo, a cidade inteira é agredida. 
 

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