Quem não se lembra, há dois anos, da queda do viaduto Batalha dos Guararapes, em Belo Horizonte, em plena Copa do Mundo de 2014?
É possível que todos saibam o que aconteceu naquele fatídico dia 3 de julho, ou mesmo tenham visto o vídeo de extremo mau gosto feito da motorista do ônibus suplementar que morreu esmagada pelo concreto...
Na ocasião, duas pessoas perderam a vida e outras 23 ficaram feridas. Porém, o número de afetados foi bem maior que isso, a considerar que o condomínio que ficava ao lado do viaduto teve de ser esvaziado e as pessoas tiveram as vidas destruídas.
De lá pra cá, muita água passou debaixo da ponte, ou do viaduto, mas, efetivamente, providências reais não foram tomadas pelo motivo que barra tantas coisas neste país: a morosidade da Justiça.
Funcionários das empresas Cowan e Consol e servidores públicos municipais respondem pelo desabamento. A investigação demorou um ano para ser concluída. No entanto, dois anos depois, ainda há pelo menos 100 testemunhas para serem ouvidas e um desfecho judicial ainda não é vislumbrado pelas famílias moradoras dos edifícios ou das vítimas mortas no acidente.
“Como ainda é preciso ouvir peritos, réus e esperar a fase de alegações finais de cada parte, não acredito que o julgamento termine neste ano”, afirma o promotor responsável pelo caso no Ministério Público de Minas Gerais, Marcelo Mattar
Para o Ministério Público, ainda neste ano não será possível finalizar o processo cuja sentença é prevista para o ano que vem.
Existem vários empecilhos ainda para que a justiça seja feita e essas famílias tenham algum tipo de definição e possam seguir em frente.
A vida dessas pessoas está parada, estagnada naquela tragédia que perdeu força na mídia nos últimos 24 meses, sendo suplantada por outras tragédias, como sempre acontece não só no Brasil, como em todo mundo.
Mas, mesmo que as notícias sobre a queda do Guararapes saiam das páginas dos jornais e das telas da televisão, a dor e o sofrimento dessas famílias continua vivo e acontecendo. Para isso, existe a Justiça, recheada de órgãos que podem e têm o dever de pensar na população, na saúde e no bem-estar de todos nós, cidadãos.