A droga presente no ambiente escolar não é uma exclusividade das instituições públicas da capital mineira e de todo o Brasil. Na rede de ensino particular, também, assim como em todas as classes sociais.
Na série de reportagens iniciada hoje no caderno Horizontes, o leitor terá a oportunidade de conhecer o mundo dos entorpecentes que existe dentro dos muros das escolas, infelizmente.
Muitos de nossos jovens se entregam às drogas pelo próprio medo de encarar o crescimento e a caminhada para a vida adulta, como pela influência de outros colegas que já participam do “movimento” em uma tentativa de estarem incluídos em um grupo.
A adolescência é uma fase da vida em que se busca diuturnamente a própria identidade, que possa representar aquela pessoa de forma verdadeira e autêntica. Nesse sentido, os jovens traçam uma jornada na qual são altamente influenciados e susceptíveis a uma série de experiências que vão determinar como será o futuro deles.
O Programa Saúde e Prevenção nas Escolas, criado em 2003, durou pouco tempo por falta de verbas e de força de vontade dentro das instituições; a proposta era abrir os olhos dos estudantes para temas como DSTs e os riscos relacionados ao consumo de drogas
Com base em pesquisa realizada no ano passado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), em parceria com o MEC e a Organização dos Estados Interamericanos (OEI), cujos dados foram divulgados recentemente, a reportagem do Hoje em Dia visitou vários colégios das redes municipal e estadual de ensino de Belo Horizonte para comprovar o apresentado no estudo.
Cenas de consumo de drogas em plena luz do dia e de forma escancarada foram flagradas pela reportagem e, de acordo com especialistas, esta é uma prova da falta de políticas públicas voltadas para estes jovens, os professores, bem como os pais e/ou responsáveis por eles.
A problemática do consumo e tráfico de drogas no ambiente escolar é algo que precisa de ação imediata de pais, escolas, poder público e outros agentes de proteção a crianças e jovens, que se veem muitas vezes sem saída depois que foram introduzidos aos entorpecentes.
O consumo dessas substâncias pode trazer consequências irreversíveis para a vida desses menores como a desistência de continuar estudando, a contração de doenças como o HIV e outras transmitidas por seringas compartilhadas, o comportamento violento com os próprios pares nas escolas e fora dos muros das instituições, dentre outros prejuízos. É isso que queremos para o futuro das novas gerações?