A expectativa de crescimento exponencial dos casos de infectados pela Covid-19 é fato, e assim foi com os países que registraram maiores índices de casos. A restrição de eventos e situações que provoquem aglomerações é apontada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), mas não só ela, como a forma mais eficiente de frear a pandemia. Se não reduzindo o número de casos, ao menos a sua incidência simultânea, de modo evitar a sobrecarga das unidades de saúde.

O cenário sócio-econômico que se desenha é igualmente preocupante, diante das várias atividades afetadas e do efeito dominó provocado com tantas limitações e recomendações. Estima-se que não haverá setor imune a um acontecimento global sem precedentes ao menos neste século e que, por seu impacto, não sem exagero é comparado às guerras mundiais.

Que será possível passar pela pandemia não há dúvidas, preferentemente com o mínimo comprometimento de vidas possível. Algumas condições, no entanto, se impõem.

É fundamental que todos entendam a gravidade da situação e não a minimizem – muitas vezes por ainda não terem tido contato direto com o coronavírus, de forma direta ou por meio de parentes e conhecidos. Não é porque ainda não atinge o círculo pessoal que o risco deve ser ignorado.

Partindo desta premissa, é natural que haja em algumas atividades econômicas justificativas para elevações sazonais de preços; redução na produção, mas, de alguma forma, devem servir de pretexto para o desejo do lucro fácil. Vive-se um momento que irmana em termos de possibilidades de contágio por uma enfermidade silenciosa que não escolhe vítimas. E que, até por isso, exige um espírito de solidariedade e inclusão.

Da mesma forma, uma corrida desenfreada a supermercados, farmácias e sacolões é inócua e contraproducente. Reduzir as saídas para compras, concentrá-las, é algo louvável e benéfico, mas não há por quê apostar no caos. A própria China, de onde se originou a Covid-19, é o melhor espelho, ao mostrar como a vida começa a voltar ao normal e o número de novos casos felizmente regride. A disseminação de informações verdadeiras e relevantes em relação ao coronavírus também se mostra fundamental para não tornar o quadro ainda pior.