A maior parte dos principais candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte nessas eleições iniciou as campanhas fazendo o tradicional corpo-a-corpo com cidadãos pelas ruas da capital mineira ou em encontros com associações de classe e organizações. Levando em consideração os primeiros movimentos dos concorrentes, essa sem dúvida será uma eleição bem diferente das últimas, que foram marcadas pela polarização e o grande investimento em propaganda eleitoral.
Além de reduzir drasticamente os gastos com as campanhas, buscando maior equilíbrio na disputa, e promover maior controle das doações, as novas regras eleitorais podem ter provocado algo que nem os juízes eleitorais e especialistas na área esperavam: uma aproximação do candidato com o eleitor.
Sem o dinheiro das grandes empresas, as chances, em princípio, ficaram maiores para líderes de partidos menores. As coligações foram reduzidas o que distribuiu melhor o tempo de propaganda eleitoral no rádio e na TV. Claro que, com menos tempo, o candidato terá que abordar propostas mais gerais nas produções publicitárias. As demandas específicas de cada região terão que ser tratadas pessoalmente, de frente ao eleitor.
Além disso, a expectativa é que o primeiro turno seja bastante equilibrado, com a diferença entre os concorrentes sendo muito pequena. Por isso, as áreas mais populosas do município deverão ser priorizadas pelas campanhas. Votos dos eleitores de regiões como a do Barreiro, maior colégio eleitoral, e Venda Nova poderão ser decisivos para o pleito.
Um novo modelo também pode propiciar uma mudança do eleitor em relação aos candidatos e suas propostas. Nada de ficar sentado no sofá, aguardando a propaganda eleitoral para se decidir entre dois nomes, no máximo três. Quem quiser saber das propostas dos concorrentes também terá que se mexer também e buscá-las.
Um dos canais poderá ser os perfis das campanhas nas redes sociais, que deverão tomar o lugar da TV como principal veículo de apresentação de propostas e visibilidade dos concorrentes, embora esse meio de divulgação esteja praticamente engatinhando em termos de campanha política no país.
Mas os encontros e os debates entre os candidatos nas associações de bairros e de classe devem se intensificar e serão também uma boa oportunidade do eleitor conferir pessoalmente o perfil dos postulantes à PBH.
Enfim, quem quiser conhecer a fundo os nomes também terá que demonstrar maior interesse pela eleição e procurar por si as propostas. Caso contrário, o eleitor poderá que votar sem analisar todas as candidaturas. E sem direito a reclamar depois.