Só que tem os seus 50 anos e está desempregado ou já pensou é que tem a real noção de como é difícil se recolocar no mercado de trabalho nessa faixa etária. Esse problema sempre foi comum no Brasil, mas a parcela da população nesta situação era pequena. Hoje, os “nem nem” adultos (que nem trabalham, nem estudam e nem se aposentaram) já ultrapassam um milhão de brasileiros, conforme destacamos hoje.
Segundo especialistas, são pessoas geralmente que trabalharam a vida toda na informalidade, portanto sem contribuição previdenciária, e que não possuem muita qualificação para disputar uma vaga em mercado de trabalho cada vez mais concorrido. Sem opções, essas pessoas fazem bicos para sobreviver e são sustentadas por amigos ou parentes, muitos ainda mantidos pelos pais.
Passamos um pouco anestesiados pelo crescimento econômico em que houve boa solicitação de pessoas mais velhas, já que os mais jovens não preenchiam todas as vagas disponíveis. Agora, com um arrocho econômico geral e milhares de demissões, é que muita gente se pergunta como esses trabalhadores mais velhos irão se virar.
A solução mais viável é bastante clara e já experimentada em outros países: programas de capacitação. Sem o mínimo de preparação, não há como essas pessoas disputarem uma vaga formal. Países europeus possuem cursos de qualificação que podem ser feitos em um curto espaço de tempo e são adequados para a demanda das empresas no momento.
Há tempos, o ensino profissional deixou de receber investimentos dos governos brasileiros. Poucos souberam aproveitar o bom momento econômico para requalificar a mão de obra disponível. Agora, sem emprego para todos fica mais difícil.
Somente com a retomada da economia é que poderemos aumentar as chances dessas pessoas de entrarem para o mercado de trabalho formal. E para isso, o governo precisa dar o principal empurrão, desonerando empresas e incentivando a contratação.
Se você é mais novo e acha que esse assunto é uma bobagem, saiba que o número de adultos nessa situação aumentou quase dez vezes em 30 anos. Hoje são os outros, mas, no futuro, pode ser você a pessoa a precisar.