Celebrado ontem, o Dia do Trabalhador foi marcado, no país e no mundo, por celebrações e protestos discretos em relação a anos anteriores, já que a diretriz, no momento, é de que se evitem aglomerações em razão da pandemia da Covid-19.
Mesmo assim, a data, originada em uma gigantesca greve ocorrida em Chicago (EUA), em 1º de maio de 1886, motivou importantes reflexões sobre os impactos do novo coronavírus não apenas na saúde, mas também na economia e no mundo do trabalho.
Com o desaquecimento econômico generalizado, é cada vez maior o número de desempregados no planeta. No Brasil, os desocupados somaram, só no primeiro trimestre do ano – antes, portanto, que maiores estragos da Covid-19 ocorressem –, 12,9 milhões de pessoas, 10,5% a mais que no trimestre anterior. A estimativa é de que tal volume cresça de maneira significativa, entre abril e junho.
É neste contexto que chamam a atenção duas reportagens trazidas nesta edição. Uma delas trata da perspectiva de elevação, após a pandemia, de 30% no número empresas brasileiras que passarão a adotar de maneira definitiva o teletrabalho de seus colaboradores – algo que virou “febre” na atual crise.
Especialistas dizem que a propagação da nova doença acelera um processo que já vinha ocorrendo. Alertam, contudo, que se, por um lado, a modalidade traz benefícios indiscutíveis, como aumento da produtividade e da qualidade de vida, é preciso atentar para aspectos negativos motivados, justamente, pelo “distanciamento” entre o trabalhador e empresa.
A outra reportagem mostra o perigoso aumento do tempo em que, acuada pela pandemia, boa parte das pessoas tem passado “online” – seja para trabalhar, conectar-se aparentes e amigos, divertir-se ou exercitar-se.
Não há dúvidas de que tais práticas são formas válidas e até necessárias para manter-se produtivo e suportar melhor os efeitos do isolamento social – imaginem a pandemia sem Internet?!
Mas há quem defenda, com propriedade, muita cautela e comedimento no uso das ferramentas digitais: mesmo em casa, é preciso desconectar-se com frequência e cuidar do corpo e da mente por meio de atividades não-virtuais. A saúde física e emocional agradece.