Editorial.

Inflação de dois dígitos

20/04/2016 às 21:36.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:03

Nós experimentamos, recentemente, a chegada da inflação aos dois dígitos. Em 2015, o índice foi fechado em 10,7% sendo que, desde 2002, não atingia tal patamar. Agora, infelizmente, podemos dizer que também voltamos à marca dos dois dígitos para o desemprego. A taxa foi estimada em 10,2% no trimestre encerrado no último mês de fevereiro. É a maior e a primeira nesse nível desde 2012, quando foi dado início à série histórica pelo IBGE na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio Contínua (Pnad Contínua).

Hoje, o Brasil tem 10,4 milhões de pessoas sem ocupação. O crescimento do total de desempregados do trimestre pesquisado em comparação aos três meses anteriores a ele (setembro, outubro e novembro) foi de 13,8%. E pior, se compararmos dezembro, janeiro e fevereiro últimos com os mesmos meses do ano anterior, o aumento dos desempregados chega a 40,1%.

Inacreditável pensar que ouvimos em um passado não tão distante que o Brasil agora, sim, sabia o que era o pleno emprego, tínhamos consumidores nas lojas (ao contrário do vazio de hoje), supermercados com preços justos e uma realidade de vida muito mais próspera do que podemos imaginar na atualidade.

E é impossível pensar em prosperidade quando se analisa outro ponto pesquisado pelo IBGE: rendimento médio real do trabalhador. Segundo os dados recolhidos entre dezembro de 2015 e fevereiro deste ano, o brasileiro recebeu R$ 1.934, tendo seu rendimento reduzido em 3,9% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

Na categoria daqueles brasileiros que trabalham por conta própria foi percebido aumento de 3% na comparação com o trimestre de setembro a novembro de 2015 e, em relação ao mesmo trimestre de 2015, constatou-se aumento de 7,0% (1,5 milhão de pessoas). Isso significa que houve um crescimento dos que se enquadram como trabalhadores informais, o que significa que essas pessoas podem estar em atividades precárias, com poucas condições para exercer as funções e recebendo baixas remunerações.

Com inflação e desemprego acelerados, o cenário é desolador no Brasil. Todos os setores da economia, sem exceção, aguardam os acontecimentos políticos para vislumbrar uma saída para o caos econômico. 

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