Os números não deixam dúvidas de que as perspectivas de continuidade da recessão econômica que temos vivido estão piorando. Nesta semana, o Banco Central anunciou que o PIB para 2016 deve encolher 3,5%, percentual mais negativo que o -1,9% previsto no início do ano.

Além disso, o próprio BC informou que a inflação, cuja meta é ficar em até 6,5%, poderá atingir 6,9%, apesar de todos nós brasileiros sabermos que o índice real que nos acompanha nas compras de supermercado, por exemplo, já está bem maior que este anunciado.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o mercado deve ficar ainda mais enxuto do que o já visto no primeiro trimestre deste ano e em 2015. Durante 2016, mais 700 mil pessoas poderão perder seus empregos, colocando em dois dígitos os milhões de desempregados por aqui. De acordo com a OIT, o Brasil será o responsável por um em cada três novos desempregados em todo o mundo em 2016.

Em uma realidade nua e crua como esta, em que temos um Brasil afundado em uma das maiores crises políticas da história, uma taxa Selic no maior patamar dos últimos 10 anos (14,25%), o que fazer para sobreviver? Muitos dos quase 10 milhões de brasileiros desempregados abusam da criatividade, passam por cima dos diplomas ou de carreiras consolidadas anteriormente para buscar rendimento.

A reportagem do Hoje em Dia, publicada na edição deste domingo, mostra algumas histórias de sucesso daqueles que estão se desdobrando para colocar dinheiro em casa e comida na boca dos filhos. Mudanças como as da vida de Marcos Vasconcelos, que abriu mão da Publicidade para vender sanduíches em domicílio, e da Daniela Rodrigues, que era gestora de Recursos Humanos em uma indústria mecânica e abriu uma biscoiteria no bairro Prado.

São histórias como as que você vai ler nas páginas 4 e 5 que enchem nossos corações de esperança em um futuro melhor para o nosso país, onde o chamado “jeitinho brasileiro” é visto de forma positiva, mostrando a vocação do povo para passar por cima das adversidades, e dando a verdadeira dimensão do potencial de trabalho do brasileiro, que supera crises que parecem intermináveis com garra e sorriso no rosto.

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