A campanha para prefeito de Belo Horizonte deste ano é, sem dúvida, a mais acirrada das últimas décadas. Em uma disputa polarizada, os candidatos procuram apresentar propostas, mas também desconstruir a imagem do adversário. Dependendo das pesquisas, dá-se importância a um ou outro aspecto.
Essa eleição teve várias regras novas que influenciaram a propaganda eleitoral, em busca de reduzir a disparidade entre as campanhas, mas o efeito foi maior no primeiro turno. Com apenas dois candidatos, com o espaço da propaganda na TV dividido igualmente, a disputa fica mais equilibrada por si só.
Com as pesquisas indicando empate técnico, os concorrentes buscam com toda a força o voto de cada eleitor. Qualquer passo em falso nas horas que antecedem o pleito pode significar uma derrota. Independentemente do resultado na noite de domingo, a diferença para o segundo colocado será mínima.
Por tudo isso, é natural que alguns cometam excessos na campanha e que aquele que se sente atingido, ou que considere a posição do oponente ilegal, recorra à Justiça Eleitoral, que decide se houve ou não alguma irregularidade. Os dois candidatos à prefeitura da capital protocolaram quase uma denúncia por dia nesse segundo turno, dando muitos trabalho a juízes e desembargadores, que ainda nem conseguiram processar todos as ações movidas no primeiro turno.
Muitos podem reclamar do processo de desconstrução de um candidato. A queixa esbarra claramente no direito do eleitor à informação. Essa estratégia também é utilizada há anos no Brasil e em processos em outras democracias pelo mundo.
Na campanha para a presidência dos Estados Unidos, que ainda está em curso, tão logo o republicano Donald Trump se aproximou nas pesquisas da democrata Hillary Clinton, começaram a pipocar inúmeras denúncias de atos ilegais ou imorais que o bilionário teria cometido durante sua vida. Hoje, Hillary lidera as pesquisas com folga.
Mais uma vez é o eleitor que deverá dar a resposta com o voto na urna neste fim de semana. É ele que decidirá qual candidato é digno de assumir o controle de uma cidade de 2,5 milhões de pessoas e gerir uma receita de cerca de R$ 11 bilhões. O julgamento do eleitor é a maior de todas as instâncias.