Editorial.

O povo não tem mais onde cortar

Publicado em 05/01/2017 às 20:55.Atualizado em 15/11/2021 às 22:19.

A inflação na Região Metropolitana de Belo Horizonte ficando acima da média nacional não é nenhuma novidade para o morador da capital mineira. Quem vai ao supermercado com frequência pôde sentir no bolso e no dia a dia como o custo de vida aumentou de forma considerável no ano que passou. Mas surpreende o fato dos alimentos não serem os principais vilões desse arrocho dos mineiros. Foram os serviços e algumas tarifas que mais corroeram o poder de compra dos trabalhadores da capital mineira e adjacências. 

O pior é que gastos com água e esgoto, transporte, IPTU e condomínio, por mais que o contribuinte queira economizar, não são fáceis de se reduzir. É preciso um sacrifício ainda maior para que economias em água ou de um condomínio sejam relevantes no orçamento final. O pior é que, nessas duas áreas, o mineiro já estava economizando devido à crise hídrica recente. Muitos não têm mais de onde tirar. 

Para muitos, o plano de saúde já não é realidade por causa das demissões do trabalho. No entanto, quem ficou também tem que conviver com reajustes nas mensalidades e procedimentos, já que as empresas perderam muitos associados e precisam manter a mesma estrutura. Podemos estar caminhando para mais um retrocesso, ao tempo que plano de saúde era somente para ricos. 

Com o povo sem ter como cortar mais, o jeito era o poder público intervir e minimizar de algum jeito o impacto desses serviços que são administráveis. Mas todos, prefeituras, Estado e União, estão de cofres vazios e contam com tarifas e impostos para honrar os compromissos. Na capital, por exemplo, a nova administração nem questionou o aumento mais recente na tarifa dos ônibus. 

E se restringirmos a análise do custo de vida no ano passado para as famílias brasileiras que ganham até 2,5 salários mínimos, podemos reparar que alimentos e transportes foram os que mais subiram para essa parte da população. Os pobres é que estão sofrendo. 

Já está na hora de minimizar os estragos feitos pela crise econômica, não só com reformas de médio ou longo prazo, mas de medidas que possam dar um fôlego maior aos brasileiros para iniciar 2017. Tem muita gente sofrendo as consequências de algo que não teve a mínima culpa. E esses é que devem ser priorizados. 

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