O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, cumpriu o protocolo de início de gestão a anunciou um pacote de obras públicas para os próximos quatro anos. Na verdade, não há grandes novidades na lista, já todas as intervenções são para corrigir problemas conhecidos de cor e salteado pela população da capital, principalmente aqueles moradores que passam por vias com histórico de inundações.
Primeiramente, é muito bom o prefeito Kalil apresentar suas intenções para os moradores, coisa que não teve muita possibilidade durante a campanha eleitoral, já que seu partido possuía um pequeno tempo de TV, no primeiro turno, e o segundo turno foi mais curto. Assim, todos poderão ter uma referência para cobrar do Executivo e fiscalizar a aplicação dos recursos públicos.
As ações de urbanização de vilas e favelas também são prioridades interessantes, pois atingem a população mais carente, geralmente esquecida pós-eleição. Quem já passou em um local bem urbanizado sabe a diferença que faz para essas comunidades.
Mas duas coisas preocupam um pouco nessa pacote: tempo e dinheiro. Primeiramente, grande parte das obras não teve nem o projeto executivo realizado, ou seja, começarão do zero. E essa é uma fase importante para que os trabalhos sejam feitos de maneira correta, sem erros de engenharia e de contabilidade na estimativa de custos.
Tantas obras assim depende de muitos projetos, e alguns não serão fáceis. Somente por isso, talvez Kalil nem consiga iniciar as obras, mas só de deixar o projeto pronto é mais de meio caminho para conseguir a outra condição para um bom serviço: o recurso.
A previsão da prefeitura é que 97% dos recursos do pacote venham de bancos públicos, da Caixa e do Banco do Brasil. Isso é quase a totalidade dos R$ 1,65 bilhão previstos. Ou Kalil está extremamente otimista ou ele tem informações de que o governo federal irá liberar dinheiro a rodo para financiar obras. Lembrando que Belo Horizonte “disputa” os recursos com todas as outras cidades do país.
São melhorias extremamente importantes para a cidade, mas a execução de todas elas em apenas quatro anos é bastante difícil. Kalil terá que gastar muita conversa e sola de sapato para conseguir garantir esses investimentos.