Editorial.

Os ensinamentos do janeiro chuvoso

Publicado em 23/01/2020 às 18:56.Atualizado em 27/10/2021 às 02:24.

O volume de chuvas registrado nos 23 primeiros dias de 2020 em Belo Horizonte chama a atenção por superar a metade da precipitação registrada ao longo de todo 2019. Índice que tem tudo para se tornar ainda mais impressionante caso se confirme a quantidade prevista pelos institutos de meteorologia para o período até domingo – com o dia de hoje como principal preocupação.

O que é importante recordar é o fato de que tanto o ano passado quanto 2018 se tornaram exceção à regra que via a capital mineira às voltas com enchentes, alagamentos e prejuízos. Talvez por isso, e de forma até justificada, população e poder público baixaram a guarda em alguma medida, diante da equivocada impressão de tranquilidade.

Tanto mais em tempos de desequilíbrio climático, no entanto, não é possível subestimar as forças da natureza. Especialmente diante da ajuda cada vez mais preciosa dos modelos de simulação e monitoramento climático, não mais motivo de polêmica e folclore. Por meio deles é possível antecipar movimentos e tomar decisões capazes de salvar vidas e reduzir os efeitos dos temporais.

Tal como foi feito na ação coordenada entre Prefeitura de Belo Horizonte e governo de Minas, envolvendo Defesa Civil e Corpo de Bombeiros, além das demais forças de segurança.

Um trabalho que pode servir de exemplo para os próximos verões e períodos de chuva extrema, envolvendo a população e desenvolvendo rotinas capazes de mitigar as consequências para uma metrópole que ainda exige inúmeras intervenções.

Obras de dimensões variadas que não podem depender dos caprichos climáticos, para dar sequência a um esforço iniciado com a canalização do Arrudas e as ações em vários de seus afluentes. E que passam pelo monitoramento das regiões de risco geológico (que já vem sendo feito); eventuais remoções de famílias em locais de risco. Também, por um esforço de conscientização e fiscalização, coibindo o descarte de lixo e entulho em áreas irregulares; o avanço populacional descontrolado e estimulando a recuperação da cobertura vegetal do que outrora foi a Cidade Jardim.

As lições deste janeiro chuvoso são muitas e relevantes. Cabe empregá-las para além do período, pelo bem da cidade.

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