Editorial.

Para onde o mundo vai?

Publicado em 09/11/2016 às 20:21.Atualizado em 15/11/2021 às 21:35.

A maior parte dos brasileiros que se interessa pelo que ocorre no mundo – e em uma sociedade interconectada como a nossa essa grupo é cada vez maior – acordou completamente pasma com o resultado das eleições norte-americanas. A vitória do bilionário empresário Donald Trump para comandar a maior potência econômica mundial pode surpreender em termos de política americana, mas se compararmos o resultado com o que vem ocorrendo pelo mundo, vemos que Trump não é um ponto isolado fora da curva da sociedade global. 

Claro que especialistas vão poder analisar com maior propriedade, mas notem como aquelas pessoas ou grupos que adotam discursos protecionistas, separatistas e até preconceituosos, como o praticado por Donald Trump durante a campanha, estão registrando crescimento de adeptos e vitórias em algumas eleições pelo mundo. 

Na Europa, por exemplo, há um crescimento considerável dos partidos de extrema direita, impulsionado pela questão migratória. Além disso, a segunda maior economia do continente decidiu deixar o bloco da União Europeia, para cuidar dos próprios interesses, assim como também pregou Trump na campanha. 
Na América Latina, os regimes ditos de esquerda quando já não caíram, agonizam, como o caso da Venezuela. No Oriente Médio, grupos extremista intensificaram conflitos históricos quase sem solução. 

No Brasil, além da principal sigla de esquerda ter sido retirada do poder por denúncias de corrupção, grupos de direita vem ganhando adeptos. Muitos prefeitos em capitais importantes conseguiram vencer as eleições com discursos bem parecidos com o de Trump – empresário de sucesso que nunca foi político, dizendo que vai acabar com as velhas práticas, mas com promessas pouco embasadas. 

Mais do que atos isolados, o modelo de relação entre os países vai se esgotando. O problema é que não há outra alternativa em curso que substitui o que está se acabando, e a tendência é que cada nação tente se proteger da forma que acha melhor. 

Esperamos que esse movimento seja revertido e que não seja necessário um conflito mundial para acharmos um novo caminho para uma coexistência pacífica entre os povos. 

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