Editorial.

Para voltar aos velhos tempos

16/08/2016 às 10:20.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:23

A Pampulha recebe amanhã o certificado de Patrimônio da Humanidade pela Unesco, título concedido há cerca de um mês, em uma reunião do órgão internacional na Turquia. Os cuidados com as principais construções do complexo arquitetônico assinado por Oscar Niemeyer deverão ter ainda mais prioridade.

Mas a Pampulha não é só Igrejinha, Museu de Arte ou a Casa do Baile. Tudo que esteja na região precisa ser bem cuidado para que ela atraia mais gente e possa proporcionar ao turista horas de lazer. 

Assim, o tombamento de um outro imóvel projetado pelo maior arquiteto do Brasil, e um dos maiores do mundo, caminha para esse modelo e pode ser o começo de algo bem maior. Conforme informações obtidas pela nossa reportagem, os proprietários da residência já concordam com a medida. 

A “blindagem” do bem e o título de patrimônio mundial conquistado recentemente podem auxiliar na busca de recursos para transformar, se for de interesse dos proprietários, a casa em um local de visitação de interessados na história da arquitetura moderna brasileira. Segundo informações que temos, o imóvel estaria, inclusive, à venda para interessados. 
Existem ainda, conforme adiantamos também em reportagem há cerca de um mês, outros 14 imóveis também na mira do Conselho deliberativo do Patrimônio do Município para possível tombamento. Os endereços são mantidos em segredo para não provocar uma possível especulação imobiliária.

Seria realmente interessante ter não só um complexo de monumentos, mas uma série de casas também projetadas pelos arquitetos modernistas disponíveis à visitação. Seria uma descoberta não só para turistas de fora de Minas Gerais, mas também para os próprios moradores da capital. Grande parte não faz ideia do que está escondido atrás dos muros erguidos nas alamedas do entorno da lagoa.

O mais interessante é a Prefeitura de Belo Horizonte e o governo do Estado aproveitarem o momento para reerguer a Pampulha, a começar pela qualidade da água, para que a região, seja um dos principais pontos de lazer de Minas. Tudo isso, claro, deverá ser feito com respeito às normas vigentes. 

Os moradores, que conviveram por anos com o lixo, o péssimo odor do espelho d’água, a falta de segurança no entorno e os transtornos em dias de jogos no Mineirão, também devem ser respeitados. Eles são peças decisivas para que a Pampulha seja preservada.

Com estudo, estratégia, respeito às normas e fiscalização aos infratores, a Pampulha tem tudo para retornar os seus tempos mais glamourosos. 

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