Editorial.

Por quem eles votaram?

18/04/2016 às 00:43.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:00

Inicialmente, nossos nobres deputados tinham, por regra, 10 segundos para proferir o voto a favor ou contra o impeachment de Dilma Rousseff no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, na tarde de ontem.

Efetivamente, cada um deles gastou quase um minuto – segundo os cálculos da reportagem do Hoje em Dia. E os discursos das quase seis horas de votação foram um show...de horrores.

Primeiro, os parlamentares se esqueceram da norma culta do bom português. Muitos e muitos erros. Faltaram concordância, as letras S, M que sempre ajudam a produzir os plurais da nossa língua pátria... E, segundo, a argumentação na hora do voto. Não só argumentos, agradecimentos também.

Aliás, as falas dos deputados foram as mais diversas e produziram hashtags, memes e piadas muito criativas dos brasileiros de todas as regiões do país (veja matéria nesta edição).

Por todas as partes do Brasil, houve manifestações contrárias e favoráveis à presidente Dilma Rousseff; na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, manifestantes ficaram divididos, frente a frente uns com os outros

“Pela Igreja Quadrangular”, “pela minha filha Clarice”, “pelo meu neto que está para nascer”, “pela minha amada esposa Joana”, “pelo meu filho de 18 anos”, “pelo aniversário de 56 anos da minha cidade”, “pela Baixada Santista”, “por todos que acreditaram em mim”, “pelos 105 mil votos que me elegeram deputado federal”, “pela memória do meu pai”, “pela minha consciência”, “pelos meus amigos médicos”, foram algumas das homenagens prestadas pelos parlamentares durante a votação de ontem na Câmara dos Deputados. Quem entendeu?

Tiveram, também, os agradecimentos a Deus. E foram muitos! “Ele” deve ter ficado muito ocupado com o Brasil durante a tarde e a noite de ontem. Citações da Bíblia, pedidos de misericórdia à nação (inclusive do presidente da Casa Legislativa, Eduardo Cunha), dentre outros...

Nesse domingo, a população brasileira assistiu a um dia histórico, que vai cair nas provas do Enem, nos próximos concursos públicos país afora, e vai fazer parte do nosso dia a dia por algum tempo até que o processo seja finalizado no Senado, contrário ou a favor de Dilma.

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