Editorial.

Próximo ano deverá repetir caos de 2013

Publicado em 24/11/2016 às 21:44.Atualizado em 15/11/2021 às 21:48.

Além de ter causado desemprego e queda na renda dos trabalhadores e empresários, a crise econômica pela qual passa o Brasil poderá colocar em risco a saúde de centenas de milhares de brasileiros. Após protestos nas ruas, impeachment e votações polêmicas no Congresso, o período chuvoso traz o risco de uma epidemia de dengue. 

Você pode até achar estranha essa relação. Afinal, questões políticas teriam pouco a ver com clima e do país. Mas essa conexão já ocorreu em um passado recente, e o resultado foi trágico.

O ano de 2013 registrou a maior epidemia de dengue na história recente do país. Foram mais de 1,4 milhão de casos em todo o país, com cerca de 670 mortes. Naquele ano, um fator chamou a atenção dos técnicos e médicos: a subida vertiginosa de casos em janeiro e fevereiro. E o motivo não foram chuvas acima da média. 

A alta coincidiu com o início das novas administrações municipais, responsáveis pelo trabalho de prevenção e combate a focos do mosquito Aedes Aegypti, principalmente das residências e lotes vagos. 

Em vários municípios essas equipes, formadas por servidores contratados temporariamente, foram simplesmente desfeitas logo após as eleições para economizar dinheiro e evitar que as administrações fechassem no vermelho. 

Com isso, as novas gestões que assumiram em janeiro, começaram sem equipes e sem dinheiro para contratações, mesmo em casos de emergência. Os focos se multiplicaram, e os doentes, também. 

Estamos prestes a viver a mesma situação. Hoje, 80 cidades mineiras estão com índices de infestação do mosquito considerado de alerta para uma epidemia. Na cidade de Mutum, na região do Rio Doce, há focos em 10% das casas. 

O agravante é que a atual crise econômica que atinge as prefeituras é bem maior do que há quatro anos e muitas administrações não vão ter condições de combater a doença a curto prazo quando assumirem. Além disso, hoje há mais duas doenças transmitidas pelo mosquito, a zika e a chikungunya, o que torna qualquer pessoa um alvo possível. 

Agora, apenas a conscientização de cada morador na redução dos focos nas casas poderá nos salvar de mais um recorde de infectados. 
 

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