Editorial.

Retrocesso nas pesquisas

08/05/2016 às 15:32.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:20

A pesquisa é mais uma vítima da crise econômica. Embora seja unanimidade o pensamento de que um país se faz com educação, não é isso que se vê na gestão pública do Brasil. Os cortes no orçamento dos ministérios da Educação e de Ciência, Tecnologia e Inovação, iniciados em 2013, deixam à míngua projetos e pesquisadores, sejam bacharelandos, mestrandos ou doutorandos. E não se pode conceber o desenvolvimento de um país sem a pesquisa.

Bolsas foram congeladas, falta insumos e material para laboratórios e prospecções de campo. A sequência de pesquisas importantes, nas áreas de saúde, gestão ambiental, engenharia, computação, humanas, psicanálise e tantas outras é quebrada com a interrupção dos repasses federais. É certo que os cortes têm que ser feitos e outros virão com a política do futuro ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para redução da dívida pública. Mas é de se esperar que o Brasil consiga meios de não prejudicar setores primordiais como a educação. Afinal, os graves problemas políticos e econômicos só terão soluções de longo prazo quando os brasileiros tiverem acesso a uma educação de qualidade.

Para citar um exemplo do efeito danoso da falta de dinheiro em Minas Gerais, o programa de pós-graduação mais conceituado da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), na área de biologia, teve sete bolsas cortadas no mês passado. A universidade cresceu muito desde 2007, mais do que dobrando o número de cursos de graduação, mestrado e doutorado.

Ou seja, a demanda cresceu muito, sendo lamentável, agora, a queda drástica dos recursos para os pesquisadores, aqueles que de fato constroem o amanhã. Também a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) lamenta o congelamento de bolsas e a falta de material para os pesquisadores. Um exemplo de efeito das pesquisas são as start-up que resultam de muitas delas. Empresas inovadoras criadas a partir de experimentos de estudantes das universidades federais fazem a diferença no mercado.

A apregoada “Pátria educadora” do governo petista ficou para trás. Só o MEC cortou R$ 9 bilhões no orçamento deste ano. Como esperar que o país cresça pagando esse preço?

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