Editorial.

Riscos trazidos pelo vício nos smartphones

Publicado em 24/09/2018 às 20:49.Atualizado em 10/11/2021 às 02:37.


A morte de uma adolescente de 17 anos, no final de semana, durante passeio em uma cachoeira de Santa Margarida, na Zona da Mata de Minas, é, além de fato obviamente trágico e que causa imensa tristeza, uma espécie de alerta.

Segundo familiares, Taynara Ferreira estava acompanhada de duas primas. Elas tiravam fotos de si mesmas com um telefone celular, as chamadas “selfies”, em uma parte considerada perigosa da queda d’água. 

Talvez na ânsia por conseguir um melhor ângulo, a jovem escorregou, caiu e bateu a cabeça em uma pedra, sendo levada pela correnteza. Um parente chegou a resgatá-la, mas ela já teria chegado sem vida ao hospital.

Pode parecer exagero, mas, infelizmente, não é. O uso constante dos celulares, não importa em que circunstâncias, por todos os tipos de pessoas – especialmente, contudo, pelos mais jovens –, tem se tornado um grave problema de saúde e de segurança.

O risco que se corre ao buscar as tais selfies, como foi o caso de Taynara, por exemplo, é real e cresce de maneira alarmante nesta época do ano, em que o calor volta com força máxima e mais e mais pessoas buscam refresco em cachoeiras, rios e lagos.

O cuidado excessivo com os aparelhos, que parecem, por vezes, mais valiosos que a própria vida de quem os possui, também contribui para elevar o grau de desatenção. Além disso, colhem-se inúmeros registros de acidentes ligados a situações diversas, nas quais a “culpa” deve ser atribuída ao vício nos smartphones. 

Atropelamentos por veículos automotores e por trens, na travessia de ferrovias, quedas em calçadas, batidas de trânsito e desagradáveis ocorrências domésticas, que podem ir de uma panela queimada no fogão ao incêndio de um imóvel, entram na coleção de sinistros provocados, parcial ou totalmente, pelo uso dos telefones.

Não há dúvida sobres os benefícios da ampla conexão e das opções de ocupação e lazer inerentes à tecnologia dos celulares. Hoje, pode-se arriscar a dizer, é impossível manter-se ativo e produtivo sem a possibilidade de comunicação imediata. 

Mas a realidade ao redor dos usuários não pode, jamais, ser colocada em segundo plano. Paga-se por isso, muitas vezes, com a vida.
 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por