Editorial.

S.O.S cidades históricas

24/03/2016 às 21:36.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:38

Chegamos a mais uma Semana Santa e, claro, as cidades históricas mineiras estão lotadas de turistas para as festividades religiosas, certo? Errado! Diamantina, Mariana, Ouro Preto, São João del-Rei e Tiradentes – municípios que têm no turismo importante fonte de renda –, na verdade, clamam por visitantes desde o ano passado. E o comércio, também.

Na tentativa de atrair hóspedes e movimentar a economia, pousadas e hotéis que geralmente praticam preços “salgados” de hospedagens, sobretudo nesta época do ano, entraram em liquidação. E sem data para acabar. Afinal, as previsões não são nada animadoras. PIB em queda, desemprego em alta, renda cada vez mais enxuta, inflação de dois dígitos, seis em cada dez brasileiros endividados, disparada de preços. A lista de “pecados” da atual economia, bem como a lista de sacrifícios exigidos de cada cidadão, é mesmo de assustar qualquer turista, cristão ou não.

Tanto que o desconto nas diárias como forma de atrair visitantes tem sido em vão. Costumeiramente lotadas de pessoas encantadas com as inúmeras belezas erguidas nos circuitos do ouro e do diamante, as vielas e ladeiras das cidades históricas mineiras têm ficado constantemente vazias.

Vazio o caixa de empresários do setor de turismo, mais vazio o caixa das prefeituras, que há tempos vêm gritando aos quatro cantos as dificuldades financeiras para honrar compromissos. É mais um componente a somar-se à queda do Fundo de Participação dos Municípios, principal fonte de recursos da maioria das cidades mineiras.

Em algumas das cidades citadas, além das limitações econômicas contribuiu para o afastamento dos turistas o rompimento da barragem de Fundão, em novembro passado. O trágico evento provocou, só em Mariana, 50% de redução no movimento hoteleiro. Na vizinha Ouro Preto, a queda chegou a 35%, em janeiro e fevereiro deste ano, e a 70% no Carnaval.

Como o Hoje em Dia mostra em reportagem na edição desta sexta-feira, os hóspedes, além de não anteciparem as reservas, pedem mais prazo para pagar a estada. Com tantos fatores negativos, o equilíbrio dos negócios está amplamente comprometido.

Outro agravante – de igual repercussão internacional – afastou a clientela: as doenças provocadas pelo Aedes aegypti. O inimigo número 1 do país tem sido apontado como causa da diminuição do fluxo de visitantes estrangeiros em todo o Brasil. É muita “zica” para um país só! Haja oração e pensamento focado em dias melhores.

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