Editorial.

‘Terceiro turno’ das eleições

17/04/2016 às 09:40.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:59

Como em um dia de jogo do Brasil na Copa do Mundo (isso na época áurea da nossa Seleção, é bom ressaltar!) ou em um segundo turno de eleições disputadas acirradamente, o país vai parar neste domingo para acompanhar a votação do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. 

Nos últimos dias, vimos aumentar a tensão política no país, com gestos desesperados de ambos os lados, numa tentativa de fazer o que consideram mais acertado. Nem sempre acertado para os rumos do país, para a coletividade, é bem verdade, mas para atender interesses próprios. Do lado de fora do Congresso, vimos também embates entre eleitores e/ou partidários que por vezes foram além das agressões verbais, intensificando a sensação de termos agora um país quase partido ao meio, disputando um cabo de guerra numa espécie de terceiro turno das eleições presidenciais de 2014. 

Tamanha polarização de forças suscita algumas dúvidas: o placar na Câmara dos Deputados, até o momento favorável aos que defendem o impedimento da petista, será capaz de acalmar os ânimos? Quem sabe recolocar a economia brasileira nos trilhos? E quanto à restauração de um ambiente político mais sereno dentro e fora do Parlamento? 

Hoje os brasileiros saberão quem irá comandar o país, ao menos pelos próximos 180 dias. Está previsto para 21h o término da votação na Câmara dos Deputados sobre o processo de impeachment. 

Vale lembrar que uma derrota de Dilma Rousseff – que há um ano e meio vem enfrentando expectativas de quais seriam as próximas manifestações e os passos do Legislativo e do Judiciário contrários ao governo dela – na Câmara hoje faz com que a presidente se afaste por seis meses do cargo, até que haja votação no Senado Federal sobre o processo. Até lá, Temer assumirá o posto.

Independentemente das opiniões diversas, é preciso que a população e os parlamentares trabalhem em prol da união, da soberania nacional, da boa visibilidade internacional, e da valorização dos nossos bens. É necessário que o Executivo, seja Rousseff seja Temer, tenha condições de governabilidade e articulação voltada para o bem comum. 

Pró ou contra impeachment, todos querem acreditar que o Brasil tem jeito. 

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