Editorial.

Testar, testar e testar

06/05/2020 às 20:15.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:26

Testar, testar e testar. Assim recomentou o secretário-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom, tão logo os efeitos potencialmente devastadores da pandemia de Covid-19 começaram a se concretizar. Ainda que consciente de que é impossível submeter toda a população do planeta a uma análise diagnóstica, o especialista destacou a importância de monitorar, do modo mais completo possível, a incidência do novo coronavírus, a partir dos profissionais de saúde na linha de frente do enfrentamento; das pessoas com os primeiros sintomas e, tanto quanto possível, em busca de portadores assintomáticos da doença, de modo a limitar sua capacidade de disseminação do vírus.

É importante salientar que a emergência de saúde pegou os governos em todo mundo, na totalidade de suas esferas, despreparados. Os testes diagnósticos - tanto o PCR, que por meio de análise de secreção identifica a presença do SARS-CoV2 no organismo; quanto os denominados rápidos, que detectam, por meio do sangue, a presença de anticorpos -; só agora são produzidos em larga escala, não apenas na China, que, primeiro foco da pandemia, contou com estrutura industrial capaz de agilizar seu desenvolvimento. Universidades, laboratórios públicos e privados se debruçam hoje na tentativa de ampliar a oferta. O que significa mapear um universo mais completo e, de forma necessária, identificar causas de morte erroneamente atribuídas a outros quadros.

Diante de uma situação completamente imprevista, a resposta ao coronavírus e a capacidade de enfrentamento da pandemia do modo mais adequado envolve a testagem, tanto quanto as medidas de higiene e isolamento social. É necessário dotar laboratórios da capacidade adequada para lidar com a imensa demanda e, na medida do possível, reduzir outra curva: a dos casos suspeitos. Esclarecê-los ajuda, especialmente, a reduzir o potencial de subnotificação, a agir de forma adequada nos tratamentos e a traçar estratégias até mesmo de afrouxamento das medidas de distanciamento, identificando regiões com maiores incidências, que exijam mais cuidado.

Aumentar o volume de testes processados diariamente tem de continuar sendo prioridade, tanto mais diante da constatação de que o pico da doença ainda se aproxima.
 

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