Editorial.

Todo o suporte a quem perdeu com a chuva

03/02/2020 às 19:53.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:31

O volume de chuvas recorde para Belo Horizonte e boa parte de seu entorno em janeiro coloca os gestores públicos diante de uma situação igualmente inédita. 

Além das ações de prevenção e mobilização – esquema de interdição de avenidas de maior risco; equipes de serviços com maquinário para intervenção imediata –, o desafio é buscar recuperar áreas danificadas de forma emergencial e minimizar os efeitos, sempre sob a perigosa sombra dos novos temporais previstos para este mês, que justificam a continuidade do estado de alerta. Ações definitivas, diante do quadro atual, só poderão começar a partir da estiagem.

Mas há algo que vai além do recapeamento de ruas; da reconstituição de áreas danificadas e da atenção a desabrigados e desalojados: o suporte, dentro do que possibilita a legislação, a quem sofreu perdas materiais sérias nas enchentes. Teve carros arrastados; a casa invadida e danificada pelas águas; ou mesmo a atividade comercial comprometida. Que, como mostra reportagem na edição de hoje, não pode abrir o estabelecimento pelo simples fato de que o entorno está interditado.

Os gastos, como se sabe, não se interrompem diante da circunstância negativa. Contas de água, luz, IPTU, IPVA, continuarão a desafiar quem teve prejuízos dos mais variados. Cidadãos de todas as áreas da capital: nobres e menos nobres, vítimas de chuvas democraticamente trágicas.

Isentar automóveis inutilizados do imposto de propriedade de 2020 (mesmo que para efeito de indenização junto a seguradoras), oferecer descontos no total do imposto predial, criar políticas de incentivo à retomada das atividades de quem teve o negócio inviabilizado. Opções não faltam.

Lógico que é necessário seriedade por parte de quem pleiteia tais auxílios – experiências anteriores mostram que, infelizmente, a má-fé acaba encontrando espaço fértil. Não pode, no entanto, se transformar em justificativa para descartar uma ajuda importante e necessária.

E não será algo simples criar tal logística, é verdade, mas o enfrentamento a um cenário incomum exige respostas igualmente extraordinárias. Dignas de proporcionar esperança a quem tanto penou com a força das águas e merece ajuda para o recomeço.

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