A BHTrans deu início às obras do “Zona 30”, projeto que consiste em tornar determinadas vias da cidade mais seguras para pedestres, sobretudo os idosos, as crianças, quem tem problemas de mobilidade e ciclistas. A ideia é fazer intervenções físicas e delimitar a velocidade máxima nos trechos a 30 km/h.
Em princípio, serão contempladas duas interseções, localizadas na área hospitalar, no bairro Santa Efigênia, entre a rua dos Otoni e avenida Alfredo Balena e a rua Padre Rolim com avenida Bernardo Monteiro.
No ano que vem, mais vias da região e também do bairro Cachoeirinha passarão pelas alterações. Futuramente, outras ruas e avenidas devem ter segmentos alterados.
A medida divide especialistas. De um lado, há os que alertam para o risco de a baixa velocidade trazer transtornos ao fluxo de veículos, como os congestionamentos, a áreas mais amplas. Eles dizem que o ideal seria a fixação do limite de 40 km/h, já que, com 10 km/h abaixo disso, o trânsito praticamente para.
De outro, estão os que elogiam as mudanças, desde que feitas de forma pontual, por trazerem maior sustentabilidade ao caótico trânsito de cidades do porte de Belo Horizonte. Maior respeito a quem está a pé ou de bicicleta e, principalmente, redução de atropelamentos são as principais vantagens.
Vale lembrar que as “Zonas 30” são uma tendência mundial e também nacional. Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba têm projetos parecidos e, na Europa, muitos países já adotaram a lógica de fazer as metrópoles serem menos centradas nos veículos e mais amigáveis aos pedestres.
Não à toa, a capital tem parceria com duas cidades alemãs – Bremen e Leipzig – desde 2012 para desenvolver ações que incluam a construção de acréscimos de calçadas e de travessias elevadas, mudanças em opções de estacionamento e, claro, sinalização adequada.
O mais importante, contudo, é que, além das mudanças no layout de vias e da instalação de placas e marcas no chão, haja um forte trabalho de conscientização de motoristas.
Quem está ao volante precisa reduzir a pressa e dar preferência, obrigatória e constantemente, a quem circula pelas ruas e calçadas das metrópoles sem as armaduras motorizadas. Isso se chama civilidade.