A decadência: plástica não agrega valor ao velho Clio

Marcelo Ramos - Do Hoje em Dia
08/01/2013 às 10:25.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:24

(MARCELO RAMOS COM INTERVENÇÃO DE WAGNER FIGUEIREDO )

No finalzinho dos anos 90, o Renault Clio era um dos populares mais sofisticados do mercado brasileiro. Trazia duplo airbag como item de série e para-lamas em composto plástico, despontando diante do prosaicos Volkswagen Gol, Chevrolet Corsa, Fiat Palio e do tenebroso Ford Fiesta. Mas o tempo passou e seus concorrentes se renovaram – alguns até passaram dessa para melhor, como é o caso do Corsa – enquanto o Clio só empobreceu.

E o tapa visual promovido no apagar de 2012 não deu resultados expressivos. Na verdade, a plástica inspirada na atual orientação de estilo da Renault europeia, não combinou com as linhas veteranas do popular que ficou com visual bisonho.

Para uso cotidiano, no trânsito pesado das grandes cidades, o Clio até dá conta do recado e seu motor flexível 1.0 litro 16V garante boas médias (ver ficha técnica), com certa desenvoltura – em que pese o fato de o motorista ser obrigado a esguelá-lo.


Na estrada

O problema é que o Clio vai muito mal na estrada e, mesmo que seu condutor esteja totalmente descompromissado, chegar ao destino vai demorar muito. Isso porque seus parcos 10,5 mkgf de torque são insuficientes para arriscar ultrapassagens ou tentar impor um ritmo mais digno, nas viagens.

E o motorista pode reduzir as marchas e afundar o pé até, no acelerador, até o conta-giros chegar na faixa vermelha que não vai adiantar muita coisa.

Por dentro, a arquitetura atesta que não são apenas as linhas externas que estão velhas e, sim, todo o projeto. Plásticos duros e rebarbas são a regra no carrinho, e espaço interno também não é o seu forte. Ele é apertadinho tanto para quem viaja na frente, quanto para quem vai no banco traseiro.

Bom, o Clio, assim como Fiat Mille, Palio Fire, Ford Ka e Chevrolet Celta, são automóveis sem a menor qualificação e que sobrevivem devido ao preço que, se para nós é barato, na Europa é um assalto. Além disso, é possível encontrar concorrentes mais gabaritados e não muito mais caros.

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