A empresários, tucano defende número menor de partidos

Lucas Simões
lsimões@hojeemdia.com.br
30/07/2018 às 20:51.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:40

(PSDB/ divulgação)

O pré-candidato à Presidência da República (PSDB) Geraldo Alckmin apresentou um conjunto de reformas a serem implantadas a partir de janeiro, caso vença as eleições — entre os projetos, está a manutenção da reforma trabalhista, a redução de partidos políticos e a unificação de impostos. Em encontro com empresários mineiros no Teatro Sesiminas, ontem, com a presença do senador Antonio Anastasia (PSDB), Alckmin também confirmou que não desistiu de atrair o DEM mineiro para a chapa tucana, alinhado ao apoio nacional entre os partidos.

A convite do presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, Alckmin discursou por mais de uma hora para os empresários. O tucano não poupou críticas à situação fiscal do país e disse que o maior desafio para o próximo presidente da República será lidar com um déficit primário de R$ 139 bilhões para o ano que vem, segundo a previsão da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Apesar de ter o apoio do centrão na corrida eleitoral — bloco formado por PP, PR, PRB, DEM e Solidariedade — Alckmin estima que nenhum partido terá 10% dos deputados na Câmara Federal, o que dificulta as negociações para aprovar reformas.

“Não vai ser um Congresso fácil. Mas, se usar essa força do povo, do voto, nos primeiros seis meses conseguimos aprovar as reformas macro e microeconômicas para retomar o crescimento”, disse Alckmin. No bojo das propostas do tucano, estão a reforma política, com o objetivo de reduzir os atuais 35 partidos do Brasil; a substituição de pelo menos cinco impostos pelo Imposto sobre Valor Agregado (IVA); e a reforma previdenciária, para acabar com tetos distintos entre setores público e privado.

“As reformas para o Brasil terão que ser rápidas. Temos um grupo de economistas, todo mundo trabalhando para ter todas as reformas preparadinhas e apresentá-las em janeiro”, disse. Além disso, Alckmin defendeu a manutenção da reforma trabalhista editada no governo de Michel Temer (MDB), dizendo que “não há nenhuma hipótese de alterá-la”.

“Não é acabar com os sindicatos, porque os sindicatos devem existir, são necessários. A organização da sociedade é fundamental, seja dos empresários, dos empregadores, dos trabalhadores. O que não pode é ter cartório, ter imposto sindical obrigatório. Acabou e foi uma grande conquista”, disse Alckmin.

No âmbito das alianças políticas, após o empresário Josué Alencar (PR) declinar do convite para assumir como vice do tucano, Alckmin disse que o vice não será de São Paulo e nem do PSDB. A expectativa é que um nome seja indicado pelo centrão até o próximo sábado, na convenção nacional do PSDB, que irá oficializar Alckmin como pré-candidato ao Planalto. “(O vice) não será de São Paulo, não será do meu partido, temos bons nomes e vamos procurar escolher essa semana”, disse o tucano.

Além disso, Alckmin confirmou que vai manter os esforços para atrair o DEM de Rodrigo Pacheco, pré-candidato ao governo de Minas, para uma composição com a chapa tucana, mesmo após Rodrigo Maia (DEM), presidente da Câmara dos Deputados, declarar que as candidaturas estaduais do partido serão mantidas. 
“Nós estamos atrás de manter a aliança nacional nos estados, vamos ver se é possível”, disse Alckmin.

Sobre a ausência de Aécio Neves (PSDB) nos eventos do PSDB, Alckmin não confirmou a presença do tucano na convenção do partido a ser realizada em São Paulo e se limitou a dizer que Aécio “será muito bem-vindo, se vier”.

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