A moda agora é produzir álcool a partir do milho

Jornal O Norte
01/06/2007 às 18:15.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:06

Primeiro levantamento da


safra de cana-de-açúcar


é divulgado pelo


ministério da Agricultura

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes e o presidente da Conab, Jacinto Ferreira, anunciaram nesta quinta-feira no auditório do ministério, o resultado do 1º levantamento da safra nacional de cana-de-açúcar 2007/08. A pesquisa foi realizada em campo entre os dias 29 de abril e 12 de maio em todos os estados produtores, por cerca de 40 técnicos.

Eles entrevistaram 338 representantes de usinas/destilarias e de 60 entidades, entre sindicatos, associações, órgãos públicos e privados. O estudo prevê ainda o número final da safra anterior de cana (2006/07), levando em consideração a colheita no Nordeste, encerrada em março.




Área plantada de cana de açúcar cresce no Brasil e comércio


do etanol no mercado internacional pode perder espaço


A área de cana de açúcar também tem aumentado significativamente em Minas Gerais. No Norte de Minas, especialmente no Projeto Jaíba, os grandes empresários preferem acreditar na valorização do etanol que propriamente no biodiesel. Eles têm optado por investir em cana e aproveitar outra parte da propriedade para plantar outras culturas como pimenta do reino, especiaria valorizada no mercado.

Segundo informações da Conab, o período 2006/07 foi extremamente favorável para o setor, não só por causa do clima propício. A demanda manteve-se aquecida, tanto no mercado interno, quando no internacional. Novas leis ambientais contribuíram para que as distribuidoras americanas comprassem álcool brasileiro e se dispusessem a pagar a sobretaxa de 54 centavos de dólar o galão, o que corresponde a 14 centavos de dólar o litro.

Gradativamente essas distribuidoras estão deixando o mercado internacional, porque produção de álcool de milho cresce em velocidade acelerada a um ritmo de 1 bilhão de litros ao ano. A oferta doméstica de álcool, segundo a lei ambiental aprovada pelo congresso dos EUA deveria atingir 7.5 bilhões de litros em 2012.

Conforme informou a Lallemand Animal Nutrition um exemplo da relação custo benefício com a utilização da cana ensilada na alimentação bovina: para se ter uma idéia de custos, a tonelada de matéria seca em uma cultura de milho para ensilar fica em torno de R$ 176,00 por toneladas MS, enquanto a tonelada de matéria seca da cana-de-açúcar com corte manual fica em torno de R$ 120,00/ton MS. Ou seja, 30% mais barato.

- Se considerarmos a colheita com corte mecanizado, a tonelada de matéria seca cai para R$ 87, ou seja, a metade do preço. Alguns estudos demonstraram também que o custo do litro de leite produzido em sistemas que utilizaram silagem de cana como volumoso mostrou ser o menor dentro os sistemas avaliados, de cana fresca e silagem de milho, informou Paulo Soeiro, gerente da empresa.

Os técnicos da Lallemand estão orientando produtores e pecuaristas a ensilar a cana de açúcar no final de safra, evitando perdas no campo e aproveitando o produto como forrageira na alimentação de ruminantes.

ÁLCOOL E O MERCADO INTERNO

No mercado interno, os preços do álcool combustível mantiveram-se estáveis desde outubro. A Única tomou como base os preços apurados pelo Cepea/Esalq-Centro de estudos avançados em economia aplicada. Nesse período, os preços pouco variaram em torno dos R$ 0,75 o litro, nas usinas.

Esse cenário ficou distante das cotações do combustível nas duas safras passadas, quando os preços ficaram acima da média deste ano e quando os valores oscilaram fortemente.

A indústria sucroalcooleira conviveu este ano com fatores de instabilidade de mercado. Duas alterações contribuíram para isso a exigência por parte do governo paulista de adição de corante ao álcool anidro vendido pelas usinas, coibindo as fraudes e a comprovação, por parte das distribuidoras de combustíveis de que o álcool anidro negociado corresponde à gasolina adquirida. As medidas contaram com apoio das usinas, mas contribuiu para a queda das vendas do combustível no mercado interno. (com informações de agências)

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