Relatório divulgado, na terça-feira (12), pela International Energy Agency (IEA) – organização autônoma criada por um grupo de países em resposta à crise do petróleo de 1973 – afirma que o Brasil vai triplicar sua produção petrolífera para 6 milhões de barris diários até 2035, tornando-se o sexto maior produtor do mundo.
Atualmente, os seis maiores são Arábia Saudita, Rússia, Estados Unidos, China, Canadá, Irã e Emirados Árabes. Destes, apenas EUA e Canadá são membros da IEA. Austrália, Japão, Coreia do Sul e Nova Zelândia estão entre os 28 países membros. Os restantes são todos países europeus. A IEA – ou Agência Internacional de Energia, em português – surgiu com o objetivo de trabalhar para garantir energia confiável e limpa aos países membros. É de se supor que seus relatórios sejam confiáveis.
E nesse último não se vê qualquer dificuldade intransponível para o Brasil. Mas o país deve investir cerca de US$ 90 bilhões por ano para garantir seu consumo energético. A Petrobras se encarregará de parte dos investimentos, com o compromisso de adquirir bens e serviços no mercado interno, o que pressionará “uma cadeia de fornecimento já por si limitada”, diz o relatório.
Observe-se que essa pressão pode ser um fator positivo para a indústria já instalada ou para aquela que chegar para disputar um mercado de energia em expansão.
Não se trata apenas de petróleo. O país terá que investir também na geração elétrica. Segundo o relatório, o sistema de leilões poderá proporcionar novo capital e evitar aumento dos preços pagos pelo consumidor. Investidores privados poderão também contribuir para o desenvolvimento de um mercado de gás eficaz que melhore a competitividade da indústria brasileira.
A IEA afirma que o Brasil é um dos líderes mundiais de energias renováveis e deve praticamente duplicar, até 2035, a produção de energias limpas – hidráulica, eólica, gás natural e bioenergia –, mantendo sua participação de 43% do total da matriz energética. O país já é o segundo maior produtor mundial de biocombustíveis, e “as áreas de cultivo são mais que suficientes para acomodar este aumento da produção sem atingir áreas de meio ambiente sensíveis”. Diz ainda o relatório que até 2035 os biocombustíveis cobrirão quase um terço da demanda interna do transporte por rodovia, e as exportações implicarão 40% do comércio mundial desse tipo de combustível de origem vegetal.
Outra informação relevante divulgada ontem, a puxar para cima o ânimo dos brasileiros: o Banco do Brasil registrou no terceiro trimestre lucro líquido de R$ 2,7 bilhões. Nos nove primeiros meses do ano, soma R$ 12,7 bilhões. Em 12 meses, os ativos cresceram 14%, para R$ 1,26 trilhão, e a carteira de créditos passou de R$ 652 bilhões.
E o BB só tem 20,7% de participação do mercado financeiro do país...