A tesoura ainda pode ser aliada na arte

Hoje em Dia
14/06/2015 às 09:54.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:28

(Divulgação)

“O #Abraçaço deste domingo (14) é para o perfil @gustavogontijoart, que postou esta arte inspirada no disco ‘Cores Nomes’, de 1982”. A frase, que vinha acompanhada de uma das colagens que ilustram essa matéria, foi postada pela página de Caetano Veloso no Facebook, em março. A arrouba citada pelo músico está no Instagram de Gustavo Gontijo, publicitário de 23 anos, que há quatro vive em Belo Horizonte – e, desde 2012, cria derivações de fotografias de famosos (e anônimos) por meio de técnicas de colagens. Vinte trabalhos de seu portfólio estão na exposição “Circunda-te de Rosas”, em cartaz no Restaurante 2015 (rua Levindo Lopes, 158, Savassi).

Gustavo Gontijo teve seu primeiro contato com as colagens em 2012, quando participou de uma oficina gratuita de processos criativos – realizada em dois dias, na extinta Quinta Galeria. Foi lá que desenvolveu seus primeiros trabalhos. E, vale salientar, começou da maneira mais lúdica: seus primeiros painéis foram feitos de forma totalmente analógica. Ao descobrir a técnica, o jovem não deixou de aplicá-la onde fosse possível – até mesmo trabalhos acadêmicos eram entregues em colagens.

Apego

A técnica foi levada para o ambiente de trabalho, em uma agência de publicidade. “Enquanto não cria uma colagem, ele não consegue se concentrar”, brincavam os antigos colegas.

No início, Gustavo lançava mão de ferramentas limitadas, como o Paint (um editor de imagens do pacote básico da Microsoft) para produzir as colagens. Mas com os mecanismos de edição digital, seu traço foi mudando.

No entanto, mesmo dominando as ferramentas da computação, ele ainda é reticente em usá-las. “Raramente faço colagens apenas com meios digitais. Uso basicamente a tesoura, que funciona como uma tesoura mesmo, e o efeito de espelhamento de imagem”, explica.

Artista toma cuidado ao escolher encomendas de trabalho

Cônscio da repercussão de colagens geravam, Gustavo entrou no Facebook, Instagram e Tumblr. Além disso, procurou se orientar com gente como a proprietária da franquia belo-horizontina da Urban Artes, Georgia Lavorato, e com o artista Miguel Gontijo.

As ofertas de compras de pôsteres sempre foram bem-vindas, mas, ante a encomendas de novas criações, se conteve: não queria “prostituir” a identidade que vinha consolidando. “O único tipo de colagem que faço por encomenda é aquela na qual utilizo fotos de casamentos antigos, pois comungam com a identidade do meu trabalho”, pondera.

Internet

Sua maior referência é a MPB e, se tiver que eleger uma voz para acompanhar o processo de criação, crava Gal Costa. Mas se é para falar de famosos, a primeira a elogiar seu trabalho foi a espanhola Rossy de Palma, musa de Pedro Almodóvar. Depois vieram Tulipa, Marcelo Jeneci, Thiago Pethit. Tiê chegou a pedir a imagem em alta resolução. E Maria Rita replicou o feito em homenagem à mãe, Elis Regina. Recentemente, Gustavo lançou um site para a comercialização de produtos estampados pelas suas colagens (gustavogontijo.com.br), como pôsteres, canecas e bolsas. Parte do dinheiro das vendas é destinado à instituição Lar Teresa de Jesus.

Colaborou Alex de Bessas/ Especial Hoje em Dia
 

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