(Flávio Tavares/Hoje em Dia)
Manifestantes que ocupam a Praça da Liberdade, região Centro-Sul de Belo Horizonte, desde o último dia 1º, começam a desmontar, nesta quarta-feira (11), barracas e estruturas já em clima de despedida à espera do resultado da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado.
Durante os 11 dias do chamado "acampamento pela democracia", passaram pela praça artistas, integrantes de movimentos sociais e pessoas contrárias ao impedimento.
"Vim todos os dias participar dos atos. O movimento recebeu uma extensa programação cultural, com debates, apresentações musicais e teatrais", conta a historiadora Thainá Rosa, de 30 anos. "O acampamento termina hoje, mas a resistência continua. Não reconheceremos Michel Temer como presidente", completou ela.
O produtor cultural Pedro Martins, responsável pela organização das manifestações artísticas realizadas na praça nos últimos dias, garante que os movimentos sociais vão se reorganizar para reverter o possível afastamento de Dilma.
"Hoje sangra nossa democracia. Haverá corte de direitos que podem levar a um retrocesso. Agora é hora de planejar, pensar as estratégias para uma nova etapa de manifestações. A cultura já fez sua parte, de forma lúdica, tentando ampliar o pensamento da sociedade. Agora é preciso mais ação e menos ideologia".
Para o advogado Hugo Vargas, de 29 anos, que participa dos atos na praça, a questão jurídica é mera formalidade neste processo. "É um pretexto para que as forças políticas ganhassem mais força. Não sou um entusiasta do governo, mas sou contra o impeachment. Acredito que os movimentos sociais serão reprimidos quando Temer assumir", disse.
*Colaborou Paulo Roberto Netto