Acusados de assaltar casa de Valério foram inocentados

Amália Goulart - Do Hoje em Dia
30/11/2012 às 08:28.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:56
 (Marcelo Prates / Arquivo Hoje em Dia)

(Marcelo Prates / Arquivo Hoje em Dia)

Enquanto o operador do mensalão, Marcos Valério Fernandes de Souza, amarga a recém- condenação a 40 anos de prisão, dois acusados de assaltar a casa dele foram inocentados pela Justiça Estadual em Minas Gerais.

Aureliano Gomes Pessoa e Célio Ferreira alegaram que no dia do crime, em 27 de fevereiro de 2010, estavam presos justamente por terem assaltado residências na região em que mora Valé-rio.

No inquérito policial, um dos advogados dos réus chegou a criticar a forma rápida com que a investigação foi concluída. Um terceiro réu, João Batista de São Miguel, também foi acusado, mas não inocentado, pois continua foragido.

Os assaltantes da casa de Valério vestiam-se como agentes do departamento de Zoonoses da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) quando tocaram a campainha. Tão logo a empregada abriu a porta, anunciaram o roubo. Aureliano e Célio utilizavam do mesmo ‘modus operandi’, copiado pelos “aspirantes” do crime contra Valério.

Reconhecidos

Durante as investigações, a empregada foi levada à delegacia e teria reconhecido fotografias de Aureliano e Célio como autores do crime. O inquérito policial ainda não tinha sido concluído. O Ministério Público (MP) se baseou no reconhecimento para denunciar e pedir a prisão dos dois.

A Justiça aceitou a denúncia e determinou a medida cautelar, porém, eles já estavam presos. “A vítima foi categórica em reconhecer os acusados como autores do crime”, sustentou o MP na denúncia.

No momento do crime, apenas a funcionária do operador do mensalão estava em casa. Valério tinha saído com a família em direção à fazenda Santa Clara, onde costuma descansar. A propriedade fica na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Sem provas

O problema para o Ministério Público é que perante o juiz a empregada doméstica negou o reconhecimento feito na delegacia. “Não há como impor aos acusados uma condenação em razão da incerteza da autoria”, decidiu o magistrado do caso. Ele entendeu que a funcionária estava nervosa após o crime, quando viu apenas as fotografias dos acusados.

Na decisão, o juiz lembra que os assaltantes de Valério “utilizaram do mesmo modus operandi que estes (Célio e Aureliano) anteriormente usavam em ação criminosa”.

Foi expedido alvará de soltura para ambos, que foram transferidos para a Penitenciária de Segurança Máxima de São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No entanto, como cumpriam pena de 12 anos por roubos anteriores, continuam detidos.

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