(Prakash Singh / AFP)
SÃO PAULO - A Justiça da Índia indiciou nesta segunda-feira (7) cinco dos seis acusados do estupro coletivo e agressão que terminou com a morte de uma jovem de 23 anos em Nova Déli, em dezembro. Antes da audiência, houve tumulto na porta do tribunal especial criado para julgar o crime.
O caso, que aconteceu dentro de um ônibus na capital indiana, causou comoção no país e gerou uma série de protestos, alguns deles violentos. Milhares de indianos pediam ao governo reformas nas leis para aumentar a punição aos estupradores.
A chegada dos suspeitos para a primeira audiência sobre o caso foi conturbada. A juíza responsável sobre o caso, Namrita Aggarwal, proibiu a entrada de câmeras, a pedido dos promotores, o que causou uma corrida dos jornalistas para conseguir ver a audiência da tribuna da corte.
Além dos profissionais da imprensa local e internacional, disputaram os lugares advogados e curiosos que queriam ver os cinco supostos estupradores. Os profissionais de direito protestavam contra a medida da juíza, que foi considerada uma defesa aos acusados.
Julgamento
Os cinco acusados serão julgados por homicídio, estupro, ocultação de provas e outros filmes que ainda não foram revelados. Caso condenados, os acusados deverão passar pela pena de morte.
Os homens processados são o motorista do ônibus Ram Singh, 33; Mukesh Singh, 26, faxineiro da empresa de transporte e irmão do condutor; Akshay Singh, 24, que também trabalhava na empresa de ônibus; o vendedor de frutas Pavan Gupta, 19, e o professor de educação física Vinay Sharma, 20.
O sexto suspeito, um adolescente de 17 anos, foi apreendido e deverá passar por uma avaliação óssea para determinar sua idade real. Caso seja confirmado como menor, ele pode ser sentenciado a até três anos de medidas socioeducativas.
O crime
O estupro aconteceu na noite de 16 de dezembro, quando a jovem de 23 anos, que era estudante de fisioterapia, estava com o namorado dentro de um ônibus na parte sul de Nova Déli. Ela foi estuprada e espancada por seis homens.
A mulher morreu no dia 29, após ficar 13 dias no hospital, sendo três em Cingapura. Ela foi cremada no dia 31 e suas cinzas foram jogadas no rio Ganges, sagrado para os hindus, em uma pequena cerimônia com parentes.
O caso causou comoção na Índia e uma série de protestos violentos, que pediam ao governo mais rigor na punição dos casos de estupro. A conduta omissa dos policiais também foi criticada. As comemorações de Ano Novo foram canceladas em todo o país devido ao risco de mais manifestações violentas.