Acusados de facilitar resgate poderão ser suspensos

Marcelo Gomes
05/07/2012 às 20:57.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:21

A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ) instaurou nesta quinta-feira procedimento administrativo-disciplinar contra os dois advogados presos na noite de terça-feira acusados de facilitar o resgate do traficante Diogo de Souza Feitoza, o DG, de 29 anos, de dentro da 25ª DP (Engenho Novo), na zona norte da cidade. Os advogados Laerte Gomes de Carvalho, de 58 anos, e Marcos Ferreira de Mello, de 42, podem ser suspensos preventivamente por até 90 dias pelo Tribunal de Ética e Disciplina (TED). Ao término do processo, os dois podem ser expulsos dos quadros da OAB.

"Vou pedir informações à polícia sobre as acusações contra os advogados. Com esse material, o TED vai decidir sobre a suspensão preventiva, enquanto eles apresentam defesa. Caso o TED decida pela expulsão no término da suspensão preventiva, o caso é encaminhado ao Conselho da OAB, única instância que tem esse poder", explicou Lousada Câmara, presidente do TED.

Em maio de 2005, Laerte já havia sido preso em flagrante por corrupção ativa, ao oferecer R$ 50 mil ao delegado Marcus Neves, então titular da 36ª DP (Santa Cruz), para que ele soltasse o traficante Marcio Batista da Silva, conhecido como Dinho Porquinho, que havia sido preso dias antes no Ceará. Na ocasião, Laerte chegou a ser suspenso preventivamente por 90 dias, mas a OAB não o expulsou administrativamente. Ele só perdeu o direito de advogar após ter sido condenado a 4 anos de prisão em regime aberto, em agosto de 2006. Em março deste ano, obteve o direito à reabilitação e voltou a advogar.

Já o advogado Marcos, segundo o delegado Antenor Lopes, da 25ª DP, teve passagem por receptação. Mas ele nunca foi submetido ao TED da OAB-RJ. Laerte e Marcos foram presos em flagrante na noite de terça-feira, em suas casas. Eles são acusados de terem repassado informações aos 15 comparsas de Diogo que invadiram a delegacia fortemente armados e o libertaram, por volta das 14h30 de terça-feira. Acusado de ser o segundo homem na hierarquia do tráfico de drogas nas favelas do Mandela e de Manguinhos, na zona norte, o bandido havia sido preso três horas antes por policiais militares, pilotando uma moto roubada.

Na manhã de quarta-feira, os advogados tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça pelos crimes de facilitação de fuga e formação de quadrilha armada. Eles foram transferidos para o presídio Bangu 8, na zona oeste, destinado a presos com curso superior. Policiais civis continuam realizando operações em comunidades dominadas pela quadrilha à procura de Diogo e dos comparsas. Os locais, entretanto, não foram divulgados para não atrapalhar as investigações.
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