Adeus ao mestre

Lady Campos
27/10/2014 às 15:18.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:48
 (Don Emmert/AFP)

(Don Emmert/AFP)

A imagem do vestido de noiva usado (em setembro último) pela advogada Amal Alamuddin, esposa do ator George Clooney, é a mais recente e marcante lembrança do traço romântico de Oscar de la Renta, estilista que morreu, aos 82 anos, na última segunda, dia 20 de outubro, e deixa um lacuna na moda, tão carente de sonhos.    Rodeado de mulheres na infância (único filho e com sete irmãs), Oscar desenvolveu sua sensibilidade para distinguir o glamour e o romântico que encantam as mulheres e fez dessas características a marca de suas peças, que vestiram grandes divas das últimas cinco décadas. “Oscar de la Renta era um designer sensível e apaixonado por jardins. Por isso que em suas coleções, quase sempre, se inspirava em jardins e flores. O estilista conseguia colocar em cada peça que criava duas qualidades que ele sempre repetia que gosta em uma mulher: confiança e doçura”, destaca a diretora de Moda do Fashion Snoops, Camila Toledo.   Saias volumosas, bordados intricados e cores alegres foram características, segundo Camila, exploradas pelo estilista e que faziam a mulher se sentir princesa ou se transportar para uma outra época.  De Audrey Hepburn a Elizabeth Taylor no início de sua carreira até celebridades mais recentes como Madonna, Sarah Jessica Parker, Penélope Cruz, Gloria Estefan e Shakira, uma gama de estrelas vestiu Oscar de la Renta. Sem falar nas primeiras-damas americanas, de Jacqueline Kennedy – que lançou de la Renta para fama – a Hillary Clinton.    Já Michelle Obama preferiu não vestir uma de suas peças após um comentário do estilista sobre um suéter que usou na visita ao Palácio de Buckingham. “Michelle é uma mulher extraordinária. Tive a sorte de vestir muitas primeiras-damas, mas a moda hoje não é vestir uma primeira-dama, é vestir todas as mulheres”, disse em entrevista coletiva na Cidade do México em 2010.   A consultora de imagem, estilo e etiqueta, Ana Vaz lembra que la Renta trabalhou com o mestre da sofisticação Cristóbal Balenciaga na década de 50, e sua obra foi profundamente marcada por este encontro. “Vestiu Jackie Kennedy na década de 60 e ajudou a criar um ícone de elegância. Até hoje somos impactados pelas imagens dessa primeira-dama que marcou época com seu jeito muito chique de vestir”. De la Renta foi um perfeccionista. “Gosto de saber o que pensam e o que deveria ser mudado ou melhorado em cada peça que mostramos”, disse em uma entrevista há dois anos durante o desfile de sua coleção.   No começo deste mês, Oscar nomeou o diretor artístico da Nina Ricci, Peter Cooping, como o diretor criativo da sua marca. “Peter é o responsável por Nina Ricci ser uma grife novamente desejada, sem perder a delicadeza e a feminilidade. Acredito que Oscar conheceu o trabalho de Peter e sonhou em ter alguém que fizesse a marca manter seu legado”, analisa Camila Toledo.   (*) Com Agência France-presse

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