Advogado de Bruno critica trabalho realizado por promotor

Thais Mota - Hoje em Dia
07/03/2013 às 16:41.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:40

(Renata Caldeira/TJMG)

O advogado Lúcio Adolfo, representante do goleiro Bruno Fernandes, iniciou sua sustentação elogiando a juíza Marixa Fabiane Lopes. "Estou diante de um ser humano de distinção e destaque que premiou a magistratura mineira".  Adolfo estendeu seus elogios também ao trabalho do Ministério Público, mas fez uma crítica, direcionada ao promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro. "Lamento ter descoberto apenas hoje que minha admiração não se estende a todo o Ministério Público".   O advogado disse que observou apenas nesta quinta-feira (7) que a promotoria se concentra apenas no momento inicial do processo e que as anotações só vão até o oitavo volume. Além disso, ele afirmou ter ficado surpreso com o fato de o promotor ter trazido aos jurados provas de um crime pelo qual Bruno já foi condenado e já cumpriu pena.

O advogado criticou ainda a emissão do atestado de óbito de Eliza Samudio e as investigações paralelas que apontam envolvimento dos ex-policiais civis Gilson Costa e José Laureano de Assis, o "Zezé", que foram realizadas a pedido do Ministério Público. "Pretende-se um julgamento quando a investigação sequer terminou", completou.   Em relação ao julgamento que condenou Luiz Henrique Ferreira Romão, o "Macarrão", Lúcio Adolfo disse que um acordo "escuso, indescente e imoral" foi realizado entre promotoria e defesa.    Além disso, o defensor do atleta acrescentou que o braço-direito de Bruno foi condenado mesmo faltando 330 páginas do processo e outras 301 estando repetidas.   Crítica   Continuando com sua tese, Adolfo afirmou que o processo é todo baseado em uma testemunha básica, o primo Jorge Luiz Rosa, que foi chamado de mentiroso após conceder uma entrevista ao programa "Fantastico" recentemente. Além disso, o advogado disse que a confissão de "Macarrão", considerada tão valioso à época de seu julgamento, não tem valro. "O depoimento desmentido pelo próprio promotor quando pediu pra investigar o "Zezé" e Gilson Costa". 
  Adolfo criticou, ainda, a análise de um perito que foi feita sobre a descrição de Jorge Luiz a respeito da morte por esganadura de Eliza, na tentativa de descaracterizar o qualificante de meio cruel. A peça também foi apresentada pelo promotor Henry Wagner e aponta que a ex-modelo morreu por asfixia. "Este foi o pior absurdo que eu já vi no jurídico nacional".   Segundo o defensor, o representante do Ministério Público afirmou que ex-amante do goleiro Bruno foi morta por asfixia, com base na análise de um perito, que garantiu que a descrição feita por Jorge é compatível com o crime de asfixia, e respaldado pelo atestado de óbito emitido pela juíza Marixa Fabiane Lopes. O advogado alfinetou o promotor ainda ao dizer: "Talvez ele não saiba que alguém pode sofrer esganadura e não morrer asfixiado".
O advogado continou seu ataque ao promotor dizendo que o próprio Henry Wagner falou que Jorge mentiu em sua entrevista concedida ao programa "Fantástico", mas que ele se baseou na denuncia do relato do primo do Bruno. 
"Macarrão"   Lúcio Adolfo atribuiu a responsabilidade do crime para Luiz Henrique Ferreira Romão, o "Macarrão". Conforme o advogado, ele sim tinha motivos para que o réu não assumisse a paternidade do filho que teve com Eliza Samudio, já que administrava a fortuna do goleiro. "Bruno era desapegado ao dinheiro. Se quisesse comprar um picolé, tinha que pedir ao 'Macarrão'".   O advogado desqualificou, ainda, o ofício elaborado no dia 24 de junho de 2010 na Delegacia de Homicídio de Contagem, na Grande BH, e enviado à polícia carioca. Segundo o advogado, o documento da delegada Alessandra Wilke informava que o desaparecimento de Eliza Samudio chegou à delegacia por meio de duas duas mulheres.   No entanto, segundo Adolfo, estas duas mulheres só teriam ido até à delegacia prestar depoimento no dia seguinte, 25 de junho. O advogado acrescentou, também, que posteriormente a delegada informou que a denúncia era anônima. O defensor afirmou que, em seu depoimento, "Macarrão" disse estar pressentindo que o Bruno iria pedí-lo para matar Eliza, mas o goleiro não disse nada.   Atualizado às 17h59

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