
O candidato à Presidência pelo PSDB, Aécio Neves, disse nessa segunda-feira (20) em visita ao Santuário de Nossa Senhora da Piedade, em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que o problema da falta de água em São Paulo, que tem sido explorado pela campanha da adversária Dilma Rousseff (PT), foi agravado pela ausência de apoio do governo federal ao Estado.
“Eu vi essa questão da água ser muito discutida na campanha de São Paulo e nós vimos o resultado. Acho que os paulistas compreenderam o esforço que o governador do Estado, Geraldo Alckmin, fez. É uma questão grave, nós estamos tendo a maior estiagem dos últimos 80 anos. O Estado fez algo que a meu ver foi absolutamente adequado no momento em que propõe bônus para aqueles que economizam água. Em razão dessas circunstâncias, mais de 80% da população participou disso. Talvez o que tenha faltado seja uma parceria maior do governo federal, por exemplo”. Em São Paulo, apesar da crise da água, o tucano Geraldo Alckmin se reelegeu com 57% dos votos.
Aécio sugeriu ainda que a falta de apoio por parte da União seja justificada pelo aparelhamento feito pelo PT na ANA. “A Agência Nacional de Águas, criada no governo do presidente Fernando Henrique, se não tivesse no governo do PT servido a outros fins, que nós nos lembramos bem quais foram as indicações, quais os critérios para se ocupar cargos de diretoria da ANA, ela poderia ter sido uma parceira maior do governador”.
O presidenciável tucano ainda fez promessas nesse sentido, caso seja eleito. “O que eu posso garantir é que eu, presidente da República, serei um grande parceiro, não apenas de São Paulo mas de outros estados que também vivem esse problema, para planejarmos e investirmos juntos. O meu governo, seja na questão da água, seja na questão da segurança, seja na questão da economia, não vai terceirizar responsabilidades, vai assumir a suas responsabilidades e vai agir em parceria”.
Na visita ao santuário, Aécio estava acompanhado do senador eleito Antonio Anastasia (PSDB) e do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB). Ele recebeu as bênçãos dos padres Fernando César, reitor do santuário, e Carlos Antônio, pró-reitor.
“Queria encerrar nesta última semana aqui e dizendo aquilo que para mim é mais importante numa caminhada dessa dimensão, dizendo a verdade, reiterando a cada instante a minha profunda fé em Deus, mas mais do que isso, a minha confiança de que nós podemos dar a todos os brasileiros um governo honrado, um governo digno, um governo eficiente. Estar aqui para mim é um conforto, um conforto à minha alma, ao meu coração. Que essas montanhas de ferro que nos cercam possam me dar a força para concluir de forma digna e honrada essa caminhada”, disse.
Segundo Aécio, a visita ao santuário não foi um ato de campanha. “Isso na verdade é um retorno às minhas origens, às minhas raízes, aos meus valores. E quem não cultiva e pratica valores, valores da ética, da generosidade, de amor ao próximo, certamente não está à altura de conduzir o Brasil e os brasileiros”, concluiu.
Promessa é de tolerância zero com a inflação
O presidenciável tucano Aécio Neves disse nessa segunda que irá declarar “guerra” à inflação, caso seja eleito. Segundo ele a inflação não está sob controle, como tem dito sua adversária, a presidente Dilma Rousseff (PT).
“Tolerância zero (com a inflação). Nós vamos tirar esse fantasma de novo da vida da dona de casa, do trabalhador brasileiro. Portanto, nossas propostas são muito diferentes e eu quero ter a oportunidade, nesses dias que nos separam da decisão final, de mostrar essas diferenças, da minha parte sempre com respeito”, reforçou.
Questionado sobre o que deve reforçar nesta última semana de campanha para se diferenciar de Dilma, já que as pesquisas eleitorais demonstram paridade entre ele e a petista, Aécio disse que a principal estratégia é “falar a verdade”.
“Talvez essa seja a maior das diferenças. Eu vou pregar um Brasil novo no futuro, eu não vou fazer uma campanha nesses últimos dias, até porque não fiz até aqui, olhando para o passado, buscando comparações com o passado. A minha proposta permitirá o Brasil se reencontrar”, disse o candidato.
Aécio reafirmou que o projeto dele é de união nacional. “É um projeto de resgate dos valores na vida pública, da ética, da decência, um projeto que vai buscar nos melhores brasileiros, e não nos aliados, os quadros para governar o país. A minha proposta é uma proposta corajosa, de colocar fim a esse ciclo de governo que ai está, que nos deixará como herança perversa um quadro econômico extremamente grave, para iniciarmos um novo ciclo, onde o adversário político não seja tratado como inimigo a ser abatido a qualquer custo”, destacou.
O tucano aproveitou ainda para mandar um recado para Dilma: “vamos falar do futuro, vamos falar de projetos, vamos mostrar as diferenças entre os nossos projetos. Mas vamos fazer uma campanha que sobretudo respeite os brasileiros”.
Prefeito de BH comparece a evento
O prefeito de BH, Marcio Lacerda (PSB), esteve pela primeira vez em um ato de campanha do presidenciável Aécio Neves no segundo turno. O pessebista disse acreditar na vitória do tucano e que os ataques feitos pelo ex-presidente Lula ao senador no último comício em BH, realizado sábado (18), podem se virar contra a candidata petista. “O povo não quer baixaria”, destacou. “O povo quer propostas, quer resultado, o povo quer solução, melhores serviços, quer respeito, quer democracia, quer que os recursos públicos sejam utilizados com dignidade e este é o debate do momento”, ressaltou.