O Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), passou a ser nesta quarta-feira (14) o primeiro aeroporto operado por um grupo privado no país, depois dos leilões de concessão em fevereiro, feitos pelo governo Dilma Rousseff. A concessionária Aeroportos Brasil assumiu a administração de Viracopos por um período de 30 anos, com a responsabilidade de transformar o terminal, que tem hoje movimento expressivo de cargas, no principal aeroporto de passageiros da América Latina. Até 2014, um novo e moderno terminal será entregue como obra estratégica para a Copa de 2014.
Com capacidade de crescimento superior ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos - hoje o maior terminal do País -, Viracopos pode expandir seu limite de movimento para até 80 milhões de passageiros por ano. O presidente do Conselho de Administração da Aeroportos Brasil, João Santana, descartou riscos de atraso na primeira fase da ampliação, que deve ser entregue até maio de 2104 e elevará a capacidade do aeroporto dos atuais 7,5 milhões de passageiros/ano para 14 milhões de passageiros/ano. Ele ainda criticou o Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou na semana passada riscos de atraso nas obras da Copa.
"O TCU não conhece os projetos da área privada. Nós não trabalhamos com essa possibilidade de atraso, pelo contrário. Pretendemos até antecipar as obras para facilitar o treinamento das novas pessoas que operarão o novo terminal e a mudança dos atuais operadores sem sobressalto para o usuário", afirmou Santana.
Depois de uma solenidade no saguão do aeroporto, com autoridades locais, Santana disse: "Não conheço o relatório do TCU, até porque a Aeroporto Brasil não está sujeita ao TCU, é uma empresa privada. Temos um plano de construção e prazos a serem cumpridos. Posso dizer que teremos no pico da obra 3 mil pessoas trabalhando e vamos cumprir os prazos." O novo terminal terá 110 mil metros quadrados de área total, edifício-garagem com três pisos e capacidade para 4,5 mil veículos (o atual suporta 2,1 mil) e 28 posições para estacionamento de aeronaves com pontes de embarque e desembarque (fingers), o que não existe atualmente, além de sete posições remotas (com acesso aos aviões por ônibus).
Com a ampliação do aeroporto até 2014, a Azul Linhas Aéreas, que tem como base Viracopos e opera mais de 80% dos voos locais, anunciou que deve começar a operar destinos internacionais a partir de Campinas. "Estamos estudando voos internacionais para depois de 2014. Não tinha lugar para colocar, agora temos dois anos para pensar sobre os voos internacionais que podemos fazer dentro da América Latina. O voos para fora do Mercosul, vamos ter que precisar de outros tipos de aeronaves", afirmou o presidente da Azul, David Neeleman.
Estão em estudos voos para a Argentina, Chile e Uruguai. Segundo ele, há pelo menos mais 15 cidades no Brasil que terão voos diretos partindo de Campinas até lá. A ampliação também impulsiona outros dois grandes projetos da companhia, que é a conclusão da universidade de formação e o centro de manutenção.